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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 60 • 533<br />

A interpretação que alguns têm apresentado das palavras diante<br />

da verda<strong>de</strong> é pobre e insípida, dizendo que Deus mostrou favor aos<br />

ju<strong>de</strong>us porque os encontrara sinceros e íntegros em sua causa. Os<br />

que se achavam em condições mais elevadas, como bem se sabe,<br />

se mostravam eminentemente <strong>de</strong>sleais; a plebe, juntamente com<br />

seu rei, romperam-se com a divina aliança; do mais eminente ao<br />

mais pobre no reino, todos conspiravam <strong>de</strong>struir o gracioso propósito<br />

<strong>de</strong> Deus. É evi<strong>de</strong>nte, pois, que Davi se refere à verda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Deus como havendo emergido <strong>de</strong> uma maneira singular, agora que<br />

a Igreja começava a ser restaurada. Este foi um evento que não havia<br />

sido esperado. Aliás, quem não imaginaria, em circunstâncias<br />

tão <strong>de</strong>sesperadoras, que as promessas divinas tivessem totalmente<br />

fracasso? Quando, porém, Davi subiu ao trono, a verda<strong>de</strong> divina,<br />

que por tanto tempo fora obscurecida, novamente resplen<strong>de</strong>u. A<br />

vantagem resultante se esten<strong>de</strong>ra a toda a nação; mas Davi notifica<br />

que Deus nutria um especial respeito por seu próprio povo, cujo<br />

livramento, conquanto fosse pequeno em número, particularmente<br />

contemplava.<br />

maneira, uma obrigação <strong>de</strong> proteger, e o salmista a consi<strong>de</strong>rasse por esse prisma quando, numa<br />

vitória ganha sobre os sírios e os edomitas, <strong>de</strong>pois que os negócios públicos <strong>de</strong> Israel estiveram<br />

em mau estado, diz ele: ‘Tu tens mostrado ao povo coisas difíceis etc.; tu lhes tens dado um estandarte<br />

aos que te temem’. Ainda que por algum tempo entregaste teu Israel nas mãos <strong>de</strong> seus<br />

inimigos, agora lhes <strong>de</strong>ste a certeza <strong>de</strong> os teres recebido sob tua proteção.” – Observations, vol. iii.<br />

pp. 496, 497. Harmer presume que nossa tradução, que fala <strong>de</strong> um estandarte exibido, é incorreta,<br />

observando ser mais provável que os israelitas antigamente usassem apenas uma haste, propriamente<br />

ornamentada para distingui-la <strong>de</strong> uma haste comum – suposição esta que fundamenta no<br />

fato <strong>de</strong> que uma haste muito longa, toda coberta <strong>de</strong> prata, e tendo uma bola <strong>de</strong> ouro no topo, era o<br />

estandarte dos príncipes egípcios no tempo das guerras das Cruzadas, e que era carregada diante<br />

<strong>de</strong> seus exércitos. Ele propõe a leitura: “Tu tens dado uma insígnia ou estandarte ‏,נם)‏ nes) aos que<br />

te temem, para que seja hasteado.” Parkhurst, porém, consi<strong>de</strong>ra o significado radical da palavra<br />

hebraica, ‏,נם nes, ser um estandarte ou insígnia, à luz <strong>de</strong> seu on<strong>de</strong>ar ou tremular ao sabor do vento;<br />

noutros termos, uma flâmula. Veja-se seu Léxico sobre ‏.נם A explicação <strong>de</strong> Mant da frase é semelhante<br />

à <strong>de</strong> Calvino. “Neste lugar”, diz ele, “não po<strong>de</strong> significar mais que o fato <strong>de</strong> Deus unir seu<br />

povo sob uma só cabeça, e assim capacitá-lo a levar seus inimigos a reparar no estandarte <strong>de</strong> sua<br />

soberania.” “O estandarte, <strong>de</strong> um exército”, diz Walford, “é o objeto <strong>de</strong> constante atenção para os<br />

soldados; enquanto ela estiver a salvo e hasteada, haverá coragem, esperança e energia. O poeta<br />

usa este símbolo para expressar sua esperança <strong>de</strong> que Deus mesmo seria a fonte <strong>de</strong> seu valor e<br />

sucesso, a fim <strong>de</strong> que a verda<strong>de</strong>, a promessa feita a Davi, fosse concretizada.”

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