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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 33 • 55<br />

sem qualquer outro auxílio ou meio, e sem longo tempo <strong>de</strong> labor, 6 ele<br />

criou tão nobre e magnificente obra. Embora, porém, o salmista ponha<br />

a palavra <strong>de</strong> Deus e o fôlego <strong>de</strong> sua boca em oposição tanto a todos os<br />

meios externos quanto a cada idéia <strong>de</strong> penoso labor por parte <strong>de</strong> Deus,<br />

todavia po<strong>de</strong>mos verda<strong>de</strong>ira e indubitavelmente inferir <strong>de</strong>sta passagem<br />

que o mundo foi formado pela Eterna Palavra <strong>de</strong> Deus, ou seja,<br />

seu unigênito Filho. Antigos intérpretes, com consi<strong>de</strong>rável ingenuida<strong>de</strong>,<br />

empregaram esta passagem contra os sabelianos como prova da<br />

eterna Deida<strong>de</strong> do Espírito Santo. Tudo indica, porém, à luz <strong>de</strong> outras<br />

passagens, particularmente Isaías 11.4, que pela expressão, o fôlego <strong>de</strong><br />

sua boca, que a intenção não é outra senão discurso. Pois ali se diz acerca<br />

<strong>de</strong> Cristo: “e ferirá a terra com a vara <strong>de</strong> sua boca, e com o sopro <strong>de</strong><br />

seus lábios matará o ímpio.” Visto que po<strong>de</strong>roso e eficaz discurso ali<br />

se <strong>de</strong>nomina alegoricamente a vara <strong>de</strong> sua boca, assim também, com<br />

outro propósito, se <strong>de</strong>nomina imediatamente a cláusula proce<strong>de</strong>nte,<br />

o fôlego <strong>de</strong> sua boca, com o fim <strong>de</strong> caracterizar a diferença que existe<br />

entre o discurso divino e os sons vazios que proce<strong>de</strong>m da boca dos<br />

homens. Portanto, para provar a Deida<strong>de</strong> do Espírito Santo não ouso<br />

lançar mão <strong>de</strong>ste texto contra os discípulos <strong>de</strong> Sabélio. Consi<strong>de</strong>remos<br />

suficiente que Deus tenha formado os céus pela instrumentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sua Palavra, <strong>de</strong> uma maneira tal que fique provado a eterna Deida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Cristo. Se alguém objetar que estas pessoas divinas não seriam distintas<br />

se os termos Palavra e Fôlego forem sinônimos, respondo que<br />

o termo fôlego não é empregado aqui simplesmente como em outras<br />

passagens, on<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>ntemente se faz certa distinção entre a Palavra<br />

e o Espírito; senão que o fôlego <strong>de</strong> sua boca é usado figuradamente<br />

para a própria enunciação do discurso; como se quisesse dizer: Tão<br />

logo Deus emitiu o fôlego <strong>de</strong> sua boca, ou proclamou verbalmente o<br />

que queria que fosse feito, os céus foram instantaneamente trazidos<br />

à existência, e foram munidos também com um inconcebível número<br />

e varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> estrelas. Na verda<strong>de</strong> esta similitu<strong>de</strong> é tomada por em-<br />

6 “Sans aussi y employer beaucoup <strong>de</strong> temps ou travail.” – v.f.

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