31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 68 • 623<br />

<strong>de</strong>nominados inimigos <strong>de</strong> Deus. Quando diligencia nossa <strong>de</strong>fesa, ele<br />

consi<strong>de</strong>ra as injúrias a nós feitas como uma <strong>de</strong>sonra lançada sobre<br />

sua própria Majesta<strong>de</strong> Divina. O salmista acresce uma notável<br />

figura com o fim <strong>de</strong> ilustrar quão facilmente Deus po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sbaratar<br />

as maquinações <strong>de</strong> nossos inimigos, comparando-os a fumaça que<br />

se <strong>de</strong>svanece quando soprada pelo vento ou a cera que se <strong>de</strong>rrete<br />

diante do fogo. 5 Consi<strong>de</strong>ramos como absolutamente inacreditável<br />

que um exército tão formidável <strong>de</strong> opositores seja dispersado num<br />

instante. O Espírito, porém, usa esse método para admoestar a temerida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> nossas mentes carnais e ensinar-nos que não há em<br />

nossos inimigos tal força como supomos – que permitimos a fumaça<br />

<strong>de</strong>les cegar nossos olhos e a sólida massa <strong>de</strong> resistência que<br />

apresentam enganar-nos, levando-nos ao esquecimento da verda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> que as montanhas se <strong>de</strong>smoronam na presença do Senhor. 6<br />

3. Os justos, porém, se alegrarão. Neste ponto Davi informa<br />

que, quando Deus se mostra formidável em relação ao ímpio, ele o<br />

faz com o propósito <strong>de</strong> assegurar o livramento <strong>de</strong> sua Igreja. Tudo<br />

indica que indiretamente ele contrasta a alegria <strong>de</strong> que ora fala<br />

com a <strong>de</strong>pressão e tristeza sentidas pelos homens mal inclinados<br />

sob o reinado <strong>de</strong> Saul – sugerindo que Deus substituía o tempo <strong>de</strong><br />

dificulda<strong>de</strong>s temporárias pelo <strong>de</strong> conforto, a fim <strong>de</strong> impedir que<br />

seu povo sucumbisse pela <strong>de</strong>sesperança. Ele nos leva também a<br />

inferir que uma das razões da alegria que experimentam é oriunda<br />

da consciência <strong>de</strong> que Deus lhes é propício e que se interessa por<br />

sua segurança. As palavras hebraicas, ynpm, mipne, e ynpl, liphne,<br />

admitem o mesmo significado; creio, porém, que o salmista pretendia<br />

fazer certa distinção. Os ímpios fugiam da presença <strong>de</strong> Deus<br />

5 Como cera se <strong>de</strong>rrete diante do fogo, “expressão proverbial <strong>de</strong>notando rápida dissolução,<br />

<strong>de</strong>struição e morte.” – Bythner.<br />

6 “Sed quasi fumo hebetari nostros oculos; falli etiam nos in ipsa duritie, quia non reputamus<br />

solo Dei conspectu liquefieri montes ipsos.” – v.l. “Mais qu’il y a comme une fumée qu’il nous<br />

esblouist les yeux; semblablement que nous nous abusons quant à leur dureté et obstination;<br />

pource que nous ne venons point à coni<strong>de</strong>rer qu’au seul regard <strong>de</strong> Dieu les montagnes mesmes<br />

fon<strong>de</strong>nt et s’ecoulent.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!