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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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478 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

fraqueza. Não parecia ter estado sob aquela <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada agitação<br />

mental que instiga os homens a adotar métodos <strong>de</strong> escape que são positivamente<br />

pecaminosos; mas na <strong>de</strong>sesperadora emergência a que se<br />

via reduzido, foi compelido pelo medo a empregar um artificioso ardil,<br />

o qual salvou sua vida, ainda que rebaixasse sua dignida<strong>de</strong> aos olhos<br />

do mundo. Se ele per<strong>de</strong>u o louvor da magnanimida<strong>de</strong>, é pelo menos<br />

evi<strong>de</strong>nte à luz <strong>de</strong>ste Salmo que houve extremo conflito entre a fé e o<br />

medo em seu coração. As palavras, sobre a pomba silenciosa, supõe-se<br />

que Davi usou o início <strong>de</strong> um cântico bem conhecido naquele tempo.<br />

Outros acreditam que Davi é aqui comparado a uma pomba; e tal<br />

conjetura é apoiada pela proprieda<strong>de</strong> da metáfora em suas presentes<br />

circunstâncias, 2 especialmente quando se acrescenta, em lugares distantes,<br />

pois havia sido expulso pela fúria <strong>de</strong> seus perseguidores para<br />

um país inimigo. O significado que alguns têm <strong>de</strong>duzido da expressão,<br />

traduzindo-a um palácio, é por <strong>de</strong>mais forçada. Já emiti meu ponto <strong>de</strong><br />

vista acerca do termo Michtam. Não pretendo dizer algo em termos<br />

dogmáticos sobre um ponto em que mesmo os intérpretes hebreus<br />

não chegam a qualquer concordância; mas a probabilida<strong>de</strong> é que era<br />

um tipo particular <strong>de</strong> melodia ou um instrumento musical.<br />

[vv. 1-4]<br />

Sê misericordioso para comigo, ó Deus, porque o homem me <strong>de</strong>vora; ele<br />

peleja contra mim; 3 diariamente me oprime. Meus inimigos diariamente me<br />

<strong>de</strong>voram; com certeza são muitos 4 os que lutam contra mim, ó Altíssimo! 5<br />

2 Harmer é <strong>de</strong> opinião que a pomba emu<strong>de</strong>cida em lugares distantes é simplesmente o nome<br />

do Salmo. Em apoio <strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong> vista, ele cita os títulos <strong>de</strong> vários livros orientais; um poema<br />

persa metafísico e místico chamado a Rose Bush; uma coleção <strong>de</strong> Ensaios Morais, o Gar<strong>de</strong>n of<br />

Anemonies; e um poema no qual o profeta árabe é celebrado por haver dado vista a uma pessoa<br />

cega, o qual é intitulado Estrela Brilhante. “O judaísmo antigo apreciava”, observa ele, “po<strong>de</strong>r<br />

racionalmente ser tido na mesma conta. Cada um que pon<strong>de</strong>ra sobre as circunstâncias <strong>de</strong> Davi,<br />

ao tempo em que o Salmo 56 se refere, e consi<strong>de</strong>ra o gosto oriental, não se surpreen<strong>de</strong>rá em ver<br />

esse Salmo intitulado a Pomba emu<strong>de</strong>cida em lugares distantes.” – Observations, vol. iii. p. 147-149.<br />

3 “Ou, me mangeant.” – n.m.f. “Ou, me come.”<br />

4 “Ou, <strong>de</strong>s puissans et robustes.” – n.m.f. “Ou, são po<strong>de</strong>rosos e fortes.”<br />

5 A palavra original, ‏,מרום marom, aqui traduzida “ó Altíssimo!”, é literalmente grandiosamente.<br />

Dathe, Berlin e Gesenius a traduzem por magnífico, altivo. Cresswell, seguindo Le Clerc, tem a<br />

seguinte redação: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os lugares mais elevados, e consi<strong>de</strong>ra o significado sendo que os inimigos

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