31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 59 • 519<br />

pois, <strong>de</strong> que o pronome relativo, aqui, <strong>de</strong>ve ser subentendido como<br />

que referindo-se a Saul. Alguns consi<strong>de</strong>ram que as primeiras palavras<br />

da sentença <strong>de</strong>vam ser lidas separadamente das outras – a força é <strong>de</strong>le<br />

–, significando que Saul contava com uma evi<strong>de</strong>nte superiorida<strong>de</strong> em<br />

força, po<strong>de</strong>ndo no momento triunfar. Outros juntam as duas partes<br />

da sentença, e apresentam esta explicação: Embora no presente momento<br />

tu és sua força, e por enquanto tu o sustentas e o preservas no<br />

trono, não obstante continuarei a esperar até que me faças assumir o<br />

reino, segundo tua promessa. Mas os que parecem aproximar-se mais<br />

da intenção do salmista, constróem as palavras com uma só sentença<br />

contínua: Depositarei em ti sua força; significando que, por mais excessivamente<br />

Saul pu<strong>de</strong>sse ostentar sua força, Davi repousaria satisfeito<br />

na certeza <strong>de</strong> que havia uma secreta e divina providência restringindo<br />

suas ações. Devemos apren<strong>de</strong>r a ver todos os homens assim subordinados,<br />

bem como conceber sua força e suas empresas como que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da soberana vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Em minha opinião, a seguinte<br />

versão é a melhor: Sua força está contigo, 5 eu aguardarei. As<br />

palavras são paralelas com aquelas no final do Salmo, on<strong>de</strong> não po<strong>de</strong><br />

haver dúvida <strong>de</strong> que se emprega o caso nominativo: Minha força está<br />

contigo; cantarei. Até on<strong>de</strong> interessa ao sentido da passagem, contudo,<br />

não significa qual das últimas interpretações é seguida. É evi<strong>de</strong>nte<br />

que Davi está aqui qualificado, à luz da eminência da fé, a <strong>de</strong>sprezar<br />

a violenta opressão <strong>de</strong> seu inimigo, convencido <strong>de</strong> que nada po<strong>de</strong>ria<br />

fazer sem a divina permissão. Mas ao tomar as duas partes da sentença<br />

separadamente, da forma como tenho sugerido – Sua força está<br />

contigo, aguardarei –, o significado é mais distintamente comunicado.<br />

Primeiro, Davi, na vindicação daquele po<strong>de</strong>r pelo qual Deus governa<br />

o mundo inteiro, <strong>de</strong>clara que seu inimigo se achava sujeito à secreta<br />

5 Na edição latina, da qual ora traduzimos, se lê: “Fortitudo mea ad te.” “Fortitudo ejus” é<br />

evi<strong>de</strong>ntemente um equívoco <strong>de</strong> gráfica, e influenciou também os primeiros tradutores ingleses.<br />

Isto se torna ainda mais surpreen<strong>de</strong>nte como levaram o autor a adotar a mesma transposição <strong>de</strong><br />

pessoa que imediatamente antes havia rejeitado. Naturalmente, a versão francesa traz: “Sa force<br />

est à toy: je gar<strong>de</strong>ray.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!