31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

196 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

costumamos dizer, <strong>de</strong> uma fútil exibição, e que, bem sei, não tem muito<br />

mais além <strong>de</strong> espetáculo e ostentação. 11 Alguns traduzem o termo<br />

por trevas, e enten<strong>de</strong>m a linguagem do salmista neste sentido: A vida<br />

<strong>de</strong> uma pessoa se <strong>de</strong>svanece antes mesmo <strong>de</strong> ser conhecida. Nestas<br />

palavras, porém, Davi simplesmente <strong>de</strong>clara acerca <strong>de</strong> cada pessoa<br />

individualmente, o que Paulo esten<strong>de</strong> ao mundo inteiro, quando diz:<br />

“A aparência <strong>de</strong>ste mundo passa” [1Co 7.31]. E assim ele nega que haja<br />

algo [<strong>de</strong> concreto] permanente no ser humano, visto que a aparência<br />

<strong>de</strong> força que se exibe nele por algum tempo logo passa. O que ele acresce,<br />

dizendo que os homens se inquietam em vão, revela o cúmulo <strong>de</strong><br />

sua vacuida<strong>de</strong>; como se quisesse dizer: É como se o homem nascesse<br />

com o único propósito <strong>de</strong> tornar-se mais e mais <strong>de</strong>sprezível; pois embora<br />

não passe <strong>de</strong> uma mera sombra, todavia, como se fosse insensato<br />

ou, melhor, insano, se envolve <strong>de</strong>snecessariamente em perturbadoras<br />

preocupações e se <strong>de</strong>strói sem qualquer propósito. Ele expressa ainda<br />

mais claramente o homem manifesta sua loucura, <strong>de</strong>clarando que,<br />

enquanto exaustiva e criteriosamente amontoa riquezas, jamais pára<br />

para pensar que, <strong>de</strong> súbito, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar sua presente habitação. E por<br />

que os homens afadigam assim sua mente e corpo, senão pelo único<br />

fato <strong>de</strong> que imaginam que nunca possuem o bastante? Porque, mediante<br />

seu insaciável <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ganhar, procuram avidamente acumular<br />

todas as riquezas do mundo, como se fossem viver centenas <strong>de</strong> vezes<br />

a vida [neste mundo]. Além do mais, Davi, nesta passagem, não se<br />

ergue com o intuito <strong>de</strong> escarnecer a cobiça <strong>de</strong> uma pessoa no mesmo<br />

sentido em que Salomão o faz em Eclesiastes 5.10; pois ele não só fala<br />

<strong>de</strong> seus her<strong>de</strong>iros, mas <strong>de</strong>clara em termos gerais que os homens se inquietam<br />

e se atormentam com preocupações, embora não saibam que<br />

amontoarão o fruto <strong>de</strong> seu labor ajuntando riquezas. 12 Realmente po-<br />

11 “Et je ne scay quelle para<strong>de</strong> et ostentation.” – v.f.<br />

12 É importante observar a diferença entre a palavra hebraica, ‏,צכר tsabar, aqui traduzida<br />

amontoar, e a palavra ‏,אסף asaph, traduzida ajuntar. “A primeira”, diz Hammond, “aqui parece<br />

conter todo o labor da colheita, ceifando, amarrando, <strong>de</strong>positando e amontoando as coisas, e<br />

recolhendo-as <strong>de</strong> vários lugares on<strong>de</strong> aumentam num cumulus. A última <strong>de</strong>nota o ato <strong>de</strong> embalar,<br />

e alojar, <strong>de</strong> armazenar, <strong>de</strong> remover ou carregar do campo, para o lugar on<strong>de</strong> é amontoado e arma-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!