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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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154 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

aos castigos temporais. Estamos, contudo, certos disto: que Deus<br />

faz tal provisão para seu próprio povo porque, vivendo contentes<br />

com sua sorte, nunca são consumidos pela carência, porque, vivendo<br />

frugalmente, sempre possuem o suficiente, como diz Paulo<br />

em Filipenses 4.12: “Sei passar falta, e sei também ter abundância.”<br />

26. Ele é diariamente misericordioso. O salmista aqui reitera<br />

o que já havia dito, ou seja, que a graça <strong>de</strong> Deus é a fonte <strong>de</strong><br />

todas as bênçãos que jamais po<strong>de</strong>rão ser exauridas; e, portanto,<br />

embora seja ela exibida em favor dos fiéis, eles não só têm o<br />

suficiente para suprir suas próprias necessida<strong>de</strong>s, mas também<br />

são capazes <strong>de</strong> prestar assistência a outros. O que ele acrescenta<br />

acerca <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>scendência é explicado <strong>de</strong> forma variada.<br />

Que ele está falando dos filhos dos santos piedosos, não po<strong>de</strong><br />

haver dúvida; e isto se faz evi<strong>de</strong>nte à luz do versículo prece<strong>de</strong>nte.<br />

Mas ao dizer que serão por bênção, 28 há quem o entenda<br />

como se ele dissesse: Eles serão os ministros da liberalida<strong>de</strong><br />

divina; <strong>de</strong> modo que, segundo eles, o sentido seria que seguirão<br />

o bom exemplo <strong>de</strong> seus pais no socorro prestado aos pobres e<br />

no exercício da liberalida<strong>de</strong> em favor <strong>de</strong> todos os homens. Mas<br />

temo que esta explicação seja por <strong>de</strong>mais refinada. Tampouco<br />

admito a interpretação apresentada por outros, a saber, que o<br />

significado consiste em que a graça <strong>de</strong> Deus se manifestará tão<br />

notoriamente em relação aos filhos dos santos, que seus nomes<br />

serão usados numa fórmula <strong>de</strong> oração, quando se orar por<br />

prosperida<strong>de</strong> e êxito. Este modo <strong>de</strong> se expressar, admito, po<strong>de</strong><br />

estar subentendido em muitas passagens, mas aqui, em minha<br />

opinião, Davi não <strong>de</strong>signa nada mais além <strong>de</strong> enaltecer o prosseguimento<br />

do favor divino, dos pais para os filhos; como se ele<br />

dissesse: A bênção <strong>de</strong> Deus não termina com a morte do justo,<br />

mas se esten<strong>de</strong> até a seus filhos. 29 E <strong>de</strong> fato não há herança mais<br />

28 Esta é também a tradução da Septuaginta: Τὸ σπέζμα αὐτου εἰς εὐλογίαν ἕσται.<br />

29 Ainsworth traduz: “E sua <strong>de</strong>scendência está na bênção”, e enten<strong>de</strong> as palavras no sentido<br />

em que os filhos do justo “estão na bênção, ou estão apontados para a bênção, como os her<strong>de</strong>iros

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