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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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392 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

6. E os céus <strong>de</strong>clararão sua justiça. Os ju<strong>de</strong>us eram bastante fúteis<br />

para imaginar que seu ineficaz e fantástico culto era a perfeição<br />

da justiça; mas são aqui advertidos pelo profeta <strong>de</strong> que Deus, que<br />

aparentemente era conivente com sua estultícia, estava para revelar<br />

sua própria justiça proce<strong>de</strong>nte do céu, e assim expor seus miseráveis<br />

vícios. Era como se ele dissesse: “Pensais que Deus se <strong>de</strong>leitaria com<br />

o ridículo <strong>de</strong> vossos ilusórios cultos? Ainda que fizésseis subir <strong>de</strong>les<br />

fumaça até ao céu, no <strong>de</strong>vido tempo Deus fazia notória sua justiça<br />

provinda do alto, e a vindicaria das <strong>de</strong>sonras feitas a ela através <strong>de</strong><br />

vossas ímpias invenções. Os próprios céus atestariam vossa perfídia<br />

em <strong>de</strong>sprezar<strong>de</strong>s a genuína santida<strong>de</strong> e em corromper a pureza do<br />

culto <strong>de</strong>vido a Deus. Ele não mais sofrerá vossas gratuitas <strong>de</strong> seu caráter,<br />

como se não tomasse conhecimento da aversão que se oculta sob<br />

vossa pretendida comunhão.” Há uma irrefutabilida<strong>de</strong> na maneira <strong>de</strong><br />

o profeta tratar seu tema. Os homens se dispõem a admitir que Deus<br />

é juiz, mas, ao mesmo tempo, engendram escusas para evadir-se <strong>de</strong><br />

seu juízo, e portanto era necessário que a sentença que Deus estava<br />

para pronunciar fosse <strong>de</strong>fendida das vãs cavilações que po<strong>de</strong>riam ser<br />

lançadas sobre ela.<br />

7. Ouve, ó povo meu, e eu falarei. Até aqui o profeta falou como<br />

o arauto <strong>de</strong> Deus, formulando várias expressões com o intuito <strong>de</strong> alarmar<br />

as mentes daqueles a quem se dirigia. Mas daqui para o final do<br />

Salmo, Deus mesmo é introduzido como o orador; e para mostrar a<br />

importância do tema, ele usa termos adicionais para <strong>de</strong>spertar a atenção,<br />

chamando-os seu próprio povo, com o fim <strong>de</strong> reivindicar a mais<br />

elevada autorida<strong>de</strong> para suas palavras e notificar que o discurso que<br />

se segue não provém <strong>de</strong> uma mera e ordinária <strong>de</strong>scrição, mas uma<br />

advertência aos que violassem seu pacto. Há quem leia: testificarei contra<br />

ti. A referência, porém, como po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir do uso comum da<br />

Escritura, parece antes ser a uma discussão <strong>de</strong> reivindicações mútuas.<br />

tro lugar, porque tal fogo estranho, não sendo aquele que <strong>de</strong>scia do céu, não podia ser consi<strong>de</strong>rado<br />

misticamente a boca <strong>de</strong> Deus.”

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