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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 58 • 505<br />

[vv. 6-9]<br />

Ó Deus, quebra seus <strong>de</strong>ntes em suas bocas; quebra as mandíbulas dos<br />

leões. Que jorrem como águas; que se vão; que arqueiem seu arco e suas<br />

flechas se façam em pedaços. 7 Que ele se <strong>de</strong>svaneça como a lesma, que se<br />

<strong>de</strong>rrete; como o aborto duma mulher, que não vê o sol. Antes que vossas<br />

panelas 8 sintam o fogo dos espinhos, um re<strong>de</strong>moinho o arrebatará, como<br />

carne ainda viva.<br />

6. Ó Deus, quebra seus <strong>de</strong>ntes em suas bocas. 9 Desta parte do<br />

Salmo, ele assume a linguagem <strong>de</strong> imprecação, e solicita a vingança<br />

divina, cuja peculiar prerrogativa é repelir a opressão e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o<br />

injuriado inocente. Contudo é necessário que atentemos para a maneira<br />

como isso é feito. Ele não reivindica o juízo ou o patrocínio divino<br />

para sua causa, até que tivesse, em primeiro lugar, asseverado sua integrida<strong>de</strong><br />

e expresso sua queixa contra a maliciosa conduta <strong>de</strong> seus<br />

inimigos; pois não se po<strong>de</strong> esperar que Deus se envolva numa causa<br />

que seja indigna <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. No versículo que se acha diante <strong>de</strong> nós,<br />

ele ora para que Deus subjugue os perversos e reprima a violência<br />

<strong>de</strong> sua fúria. Pela expressão, seus pés, ele notifica que se assemelham<br />

7 Não há nada no original para “que suas flechas sejam”; é um suplemento feito por Calvino<br />

na versão francesa. Há alguma dificulda<strong>de</strong> no último membro do versículo. Muitos intérpretes o<br />

referem a Deus que arma seu arco contra os ímpios. Isso concorda com as versões Septuaginta,<br />

Vulgata, Caldaica, Siríaca e Arábica. Símaco e outros, porém, o referem aos ímpios que procuram,<br />

<strong>de</strong>veras, ferir os santos, porém sem efeito. “Essa parece”, diz Dathe, “ser a conexão mais natural:<br />

no versículo 6, o escritor sacro se dirige a Deus na segunda pessoa; e há aqui <strong>de</strong>scrito o mal<br />

sucedido resultado dos empreendimentos dos ímpios contra os justos.” “Estou persuadido”, diz<br />

Rogers, “que alguma palavra, o nome <strong>de</strong> algo com que os ímpios, perecendo sob a vingança divina,<br />

eram comparados, se per<strong>de</strong>u no hebraico.” – Book of Psalms in Hebrew, vol. ii. p. 213.<br />

8 “Ou, vos espines.” – n.m.f. “Ou, vossos espinhos.”<br />

9 “Quebra seus <strong>de</strong>ntes em suas bocas” é mais provável ser uma continuação da ilustração metafórica<br />

tomada das serpentes surdas imediatamente antes, cujo veneno é contido numa bolsa no<br />

fundo <strong>de</strong> um <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>ntes, e que fica inutilizada por ficar privada <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>nte que transmite o<br />

veneno. Isso é o que o encantador às vezes faz <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> trazê-la para fora <strong>de</strong> seu escon<strong>de</strong>rijo com<br />

sua música. Quando a serpente vem para fora, ele a pega pela garganta, a põe à mostra, exibe seus<br />

<strong>de</strong>ntes peçonhentos e os arranca. Tudo indica que a alusão é a esse arrancar dos <strong>de</strong>ntes. “Essa<br />

menção dos <strong>de</strong>ntes”, diz Hammond, “introduz com beleza o que vem a seguir sobre o leão, cuja danosa<br />

ação com essa parte é mais violenta e formidável, e assim significa uma pessoa publicamente<br />

invasora e sediciosa, violenta e sem lei; como os <strong>de</strong>ntes da serpente, por mais secretos que sejam,<br />

as feridas imperceptíveis do difamador ou caluniador, as quais são tão perigosas e <strong>de</strong>strutivas<br />

quanto à serpente, através <strong>de</strong> uma ínfima picada mata aquele em quem crava.”

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