31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

562 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

plica ser arrebatado por elas a nutrir uma falsa confiança, ou, fazendo<br />

uso <strong>de</strong> uma expressão <strong>de</strong> Paulo, a “ser magnânimo”. A admoestação<br />

aqui expressa é <strong>de</strong> uma espécie que a observação diária nos ensina<br />

ser indispensável. É invariavelmente observado que a prosperida<strong>de</strong> e<br />

a abundância engendram um espírito altivo, levando prontamente os<br />

homens a nutrirem presunção em seu procedimento diante <strong>de</strong> Deus, e<br />

a se precipitarem em lançar injúria contra seus semelhantes. Mas, na<br />

verda<strong>de</strong> o pior efeito a ser temido <strong>de</strong> um espírito cego e <strong>de</strong>sgovernado<br />

<strong>de</strong>sse gênero é que, na intoxicação da gran<strong>de</strong>za externa, somos levados<br />

a ignorar quão frágeis somos, e quão soberba e insolentemente<br />

nos exaltamos contra Deus.<br />

[vv. 11-12]<br />

Uma vez falou Deus; duas vezes eu ouvi isto: que o po<strong>de</strong>r pertence a Deus.<br />

A ti também, Senhor, pertence a misericórdia; pois certamente retribuirás<br />

a cada um segundo suas obras.<br />

11. Uma vez falou Deus. O salmista consi<strong>de</strong>rava que o único<br />

método eficaz <strong>de</strong> abstrair as mentes dos homens das vãs ilusões, em<br />

que se dispõem a confiar, era levá-los a se conscientizarem implícita e<br />

firmemente do juízo divino. Geralmente se agitam em diferentes direções,<br />

ou, pelo menos, se dispõem à oscilação assim que observam as<br />

coisas mutáveis <strong>de</strong>ste mundo. 15 Mas ele mantém sob observação um<br />

princípio mais acurado para a regulamentação <strong>de</strong> sua conduta, quando<br />

recomenda um respeito diferenciado pela Palavra <strong>de</strong> Deus. Deus,<br />

propriamente dito, “habita em luz inacessível” [1Tm 6.16]; e já que ninguém<br />

po<strong>de</strong> chegar a ele sem que esteja munido <strong>de</strong> fé, o salmista chama<br />

nossa atenção para sua Palavra, na qual testifica a veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu<br />

divino e o justo governo do mundo. É <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância que sejamos<br />

estabelecidos na fé proveniente da Palavra <strong>de</strong> Deus; e aqui somos<br />

conduzidos à infalível inerrância que lhe é inerente. A passagem admite<br />

duas interpretações; o escopo <strong>de</strong>la, porém, é claramente este: que<br />

15 “Ad varias mundi inclinationes.” – v.l. “Selon les divers changements qu’on voit au mon<strong>de</strong>.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!