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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 39 • 195<br />

<strong>de</strong>clara isto dos homens, mesmo quando são firmes; 9 o que equivale dizer<br />

que, estando no primor e vigor da vida, <strong>de</strong>sejam ser tidos em estima, homens<br />

que a si mesmos pareçam possuidores <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável influência<br />

e po<strong>de</strong>r. Foram as punções do sofrimento que forçaram Davi a dar vazão<br />

a estas queixas. Mas é preciso observar que é principalmente quando os<br />

homens são dolorosamente oprimidos pela adversida<strong>de</strong> que são levados<br />

a sentir sua nulida<strong>de</strong> à vista <strong>de</strong> Deus. A prosperida<strong>de</strong> os intoxica <strong>de</strong> tal<br />

forma que, olvidando sua condição e se protegendo na insensibilida<strong>de</strong>,<br />

sonham com uma imortal condição sobre a terra. É-nos muito proveitoso<br />

ter consciência <strong>de</strong> nossa própria fragilida<strong>de</strong>, mas é preciso estarmos<br />

cônscios <strong>de</strong> que não po<strong>de</strong>mos em hipótese alguma cair num estado tal <strong>de</strong><br />

sofrimento que sejamos levados a murmurar e a <strong>de</strong>sabafar o <strong>de</strong>scontentamento.<br />

Davi fala veraz e sabiamente, ao <strong>de</strong>clarar que o homem, mesmo<br />

quando pareça atinge a mais elevada condição <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, não passa<br />

<strong>de</strong> espumas produzidas pela água e que se <strong>de</strong>sfazem pelo vento. Ele se<br />

acha culpado, porém, quando aproveita a chance <strong>de</strong> reclamar <strong>de</strong> Deus.<br />

Portanto, sintamos, então, a miséria <strong>de</strong> nossa presente condição: quanto<br />

mais <strong>de</strong>rrotados e aflitos, mais po<strong>de</strong>mos, como humil<strong>de</strong>s suplicantes,<br />

erguer nossos olhos para Deus e implorar sua misericórdia. Isto encontramos<br />

Davi um pouco <strong>de</strong>pois a corrigir. Porque não prosseguiu entregue às<br />

temerida<strong>de</strong>s e inconsi<strong>de</strong>radas lamentações, senão que, soerguendo sua<br />

alma pelo exercício da fé, obtém consolação celestial.<br />

6. Na verda<strong>de</strong> o homem anda em sombras. 10 Ele ainda se mantém<br />

no mesmo tema. Com a palavra sombra ele quer dizer que não<br />

existe nada <strong>de</strong> substancial no homem, senão que não passa, como<br />

9 Esta palavra aqui traduzida por firme “é bem parafraseada por Dathe: ‘Dum firmissime constitutus<br />

vi<strong>de</strong>atur.’” – Rogers’ Psalms in Heb., vol. ii. p. 200.<br />

10 No hebraico, literalmente é: “O homem anda numa imagem”; um fantasma que nada tem<br />

<strong>de</strong> real e substancial, que não é digno <strong>de</strong>sse caráter que não passa mera aparência. A vida não<br />

passa <strong>de</strong> mera aparência; “uma vil encenação diante dos olhos”; trás a aparência <strong>de</strong> soli<strong>de</strong>z, mas<br />

que não há nela nenhuma realida<strong>de</strong>. A palavra ocorre novamente no Salmo 73.20: “Tu <strong>de</strong>sprezas<br />

a imagem <strong>de</strong>les”; sua vão exibição ou fantasmagórica prosperida<strong>de</strong>. Walford traduz: “anda como<br />

uma sombra”; observando que “o prefixo ב é com freqüência usado para ‏,כ como uma partícula <strong>de</strong><br />

similitu<strong>de</strong>”. Ele observa ainda que a tradução <strong>de</strong> Dathe, “ele persegue uma sombra”, fornece bom<br />

sentido, mas não comunica a exata noção da figura que é transmitida pelo hebraico.

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