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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 60 • 537<br />

resi<strong>de</strong>nte na tribo <strong>de</strong> Judá, sendo este o <strong>de</strong>creto e beneplácito <strong>de</strong><br />

Deus. As palavras são mais apropriadas na boca do povo do que na<br />

<strong>de</strong> Davi; e, como já observei, ele não fala em seu próprio nome, mas<br />

no nome da Igreja como um todo.<br />

8. Moabe é minha bacia <strong>de</strong> lavar. Continuando a falar dos estrangeiros,<br />

ele observa uma ampla distinção entre eles e seus próprios<br />

patrícios. Ele governa a posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abraão como irmãos, e não<br />

como escravos; mas era-lhe permitido exercer maior severida<strong>de</strong> sobre<br />

os profanos e os incircuncisos a fim <strong>de</strong> mantê-los sob sujeição<br />

compulsória. Com isso ele não proporciona qualquer prece<strong>de</strong>nte aos<br />

conquistadores que infligissem opressão ilícita sobre as nações conquistadas<br />

em guerra; pois carecem da autorida<strong>de</strong> e comissão divinas<br />

que Davi possuía, investido como estava não só com a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um rei, mas com o caráter <strong>de</strong> um vingador da Igreja, especialmente <strong>de</strong><br />

seus mais implacáveis inimigos, os quais se achavam <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong><br />

todo sentimento <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong> e persistiam em molestar um povo<br />

que <strong>de</strong>scendia do mesmo tronco que eles. Ele observa, em <strong>de</strong>scaso<br />

dos moabitas, que seriam uma bacia na qual ele lavaria seus pés,<br />

sendo a lavagem dos pés, como se sabe muito bem, uma prática costumeira<br />

nas nações orientais. 18 Com o mesmo intuito ele fala <strong>de</strong> lançar<br />

seu sapato sobre Edom. Esta é uma expressão <strong>de</strong> reproche, e notifica<br />

que, como havia insultado o povo eleito <strong>de</strong> Deus, também agora Edom<br />

18 Este ofício <strong>de</strong> lavar os pés era no Oriente comumente feito por escravos e pelos mais humil<strong>de</strong>s<br />

da família, como transparece do que Abigail disse a Davi quando ele a tomou por esposa:<br />

“Eis que tua serva servirá <strong>de</strong> criada para lavar os pés dos criados <strong>de</strong> meu senhor” (1Sm 25.41); e<br />

do fato <strong>de</strong> nosso Senhor lavar os pés <strong>de</strong> seus discípulos, dando-lhes exemplo <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong> (Jo<br />

13.5). A palavra νιπτὴρ, usada em sua última passagem, significa em geral uma bacia <strong>de</strong> lavar, e é<br />

<strong>de</strong>terminada pela palavra ποδονιπτρον, termo que os gregos, em estrita proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> linguagem,<br />

aplicavam a uma bacia <strong>de</strong> lavar os pés. Como este ofício era <strong>de</strong> caráter servil, então as bacias<br />

empregadas com este propósito eram uma humil<strong>de</strong> parte dos pertences domésticos. Gataker e<br />

Le Clerc ilustram este texto com uma anedota relatada por Heródoto, concernente a Amasis, rei<br />

do Egito, que expressava a modéstia <strong>de</strong> sua própria origem comparando-se a uma bacia <strong>de</strong> lavar<br />

os pés (Herod. Lib. ii. c. 172). Quando, pois, se diz: “Moabe é minha bacia <strong>de</strong> lavar”, a completa<br />

e servil sujeição <strong>de</strong> Moabe a Davi é fortemente caracterizada. Isso é expresso não por comparar<br />

Moabe a um escravo que faz os serviços mais humil<strong>de</strong>s, como quem apresenta a seu senhor a<br />

bacia para lavar seus pés, mas em compará-lo como sendo o próprio utensílio <strong>de</strong> lavar. Vejam-se<br />

2 Samuel 8.2; 1 Crônicas 18.1, 2, 12, 13.

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