31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

54 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

mais experiência uma pessoa tenha da beneficência e misericórdia divinas,<br />

mais fortemente é ele influenciado a cultuar a Deus. Além do mais,<br />

o discurso é ainda concernente a todos os benefícios <strong>de</strong> Deus que ele<br />

distribui a toda a raça humana. Estes, <strong>de</strong>clara o escritor inspirado, nos<br />

satisfazem sempre que volvemos nossos olhos.<br />

6. Pela palavra <strong>de</strong> Jehovah. Para estimular-nos a pensar mais<br />

atentamente nas obras <strong>de</strong> Deus, ele põe diante <strong>de</strong> nós a criação do próprio<br />

mundo; pois enquanto Deus não for reconhecido como o Arquiteto<br />

e Criador do mundo, quem crerá que ele atenta para as ativida<strong>de</strong>s dos<br />

homens e que a condição do mundo é controlada por sua sabedoria e<br />

po<strong>de</strong>r? A criação do mundo, porém, nos leva, por direta conseqüência,<br />

à providência <strong>de</strong> Deus. Não que todos os homens raciocinem com tanta<br />

justeza ou que sejam dotados com critério tão sólido, ao ponto <strong>de</strong><br />

concluir que o mundo é neste dia sustentado pelo mesmo po<strong>de</strong>r divino<br />

<strong>de</strong> quando foi criado; ao contrário disso, a gran<strong>de</strong> maioria imagina que<br />

Deus não passa <strong>de</strong> um espectador ocioso no céu <strong>de</strong> tudo o que se passa<br />

aqui na terra. Mas ninguém realmente crê que o mundo foi criado por<br />

Deus a menos que cada um seja também firmemente persuadido <strong>de</strong><br />

que o mundo é sustentado e preservado por Deus. Sábia e corretamente,<br />

portanto, o profeta nos faz retroce<strong>de</strong>r à própria origem do mundo,<br />

a fim <strong>de</strong> gravar em nossa mente a certeza da providência divina na<br />

contínua or<strong>de</strong>m da natureza. Fazendo uso <strong>de</strong> sinédoque, ele emprega o<br />

termo, céus, para toda a estrutura do mundo, porque, como já observei<br />

alhures, a visão dos céus mais que todas as <strong>de</strong>mais partes da criação<br />

nos transporta com admiração. Ele, pois, imediatamente adiciona: E<br />

todos os exércitos <strong>de</strong>les, por cuja fraseologia, segundo o método usual<br />

da Escritura, ele quer dizer as estrelas e os planetas; pois se os céus<br />

fossem <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong>ste ornamento, <strong>de</strong> certa forma seriam vazios. Ao<br />

dizer que os céus foram criados pela palavra <strong>de</strong> Deus, ele magnifica<br />

gran<strong>de</strong>mente o po<strong>de</strong>r divino, visto que, unicamente por seu arbítrio 5 ,<br />

5 “Par son simple vouloir et comman<strong>de</strong>ment.” – v.f. “Simplesmente por sua vonta<strong>de</strong> e mandamento.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!