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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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262 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Deus consi<strong>de</strong>rar esta similitu<strong>de</strong> como hiperbólica; e se alguém sentir-<br />

-se perplexo pelo fato <strong>de</strong> Davi levar a sério <strong>de</strong>mais o <strong>de</strong>sprezo <strong>de</strong> seus<br />

inimigos, digamos que ele apenas manifesta nisto sua própria sensibilida<strong>de</strong>.<br />

Porque <strong>de</strong> todos os males amargos que nos sobrevêm, não<br />

há nada que mais nos aflija com mais gravida<strong>de</strong> do que vermos os<br />

ímpios espicaçar a majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus e esforçar-se por <strong>de</strong>struir e consumir<br />

nossa fé. A doutrina ensinada por Paulo [Gl 4.24], concernente à<br />

perseguição <strong>de</strong> Ismael, é bem notória. Muitos consi<strong>de</strong>ram sua infantil<br />

jocosida<strong>de</strong> como coisa <strong>de</strong> momento, mas visto que ela tencionava que<br />

o pacto divino fosse estimado como algo <strong>de</strong> nenhum valor, é por essa<br />

conta que, segundo o juízo do Espírito Santo, o fato <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado<br />

como a mais cruel perseguição. Davi, pois, com muita proprieda<strong>de</strong>,<br />

compara a uma espada mortífera, a qual penetra até mesmo o âmago<br />

dos ossos e medula, a zombaria <strong>de</strong> seus inimigos, pela qual ele divisou<br />

sua própria fé e a palavra <strong>de</strong> Deus calcadas sob a planta dos pés.<br />

E no tocante a Deus, <strong>de</strong> quem todos se orgulham <strong>de</strong> ser seus filhos,<br />

<strong>de</strong>vemos apren<strong>de</strong>r a tolerar seus erros particulares com muito mais<br />

paciência e a manifestar o mesmo veemente zelo pelo qual Davi aqui<br />

se distingue, e quando a palavra também que lhes comunica vida é<br />

incluída na mesma afronta!<br />

11. Por que estás abatida, ó minha alma? Esta repetição nos revela<br />

que Davi não tinha vencido completamente suas tentações num<br />

único confronto ou mediante um único e extraordinário esforço, como<br />

se fosse <strong>de</strong>snecessário para ele entrar novamente no mesmo conflito.<br />

Por este exemplo, pois, somos admoestados que, embora Satanás,<br />

com seus assaltos, às vezes nos sujeita a uma renovação da mesma<br />

tribulação, não <strong>de</strong>vemos per<strong>de</strong>r nosso ânimo ou permitir que sejamos<br />

humilhados. A última parte <strong>de</strong>ste versículo difere do versículo<br />

cinco numa só palavra, enquanto que em muitos outros aspectos concordam.<br />

No versículo cinco temos os socorros <strong>de</strong> Seu semblante [sua<br />

graça], aqui, porém, temos o pronome relativo da primeira pessoa,<br />

portanto, Os socorros <strong>de</strong> Meu rosto. É provável que neste lugar a letra,<br />

w, vau, que no idioma hebraico <strong>de</strong>nota a terceira pessoa, esteja fal-

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