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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 44 • 291<br />

estava para morrer injustamente, 25 ele a reprovou, dizendo: ‘É melhor<br />

para mim morrer inocentemente do que por um erro seu.’ E mesmo a<br />

consolação que Cristo pronuncia em Mateus 5.10: ‘Bem-aventurados<br />

aqueles que são perseguidos por causa da justiça’, parece diferir<br />

amplamente da linguagem aqui expressa pelo povo <strong>de</strong> Deus. Aparentemente<br />

também se opõe ao que Pedro diz: “mas, se pa<strong>de</strong>ce como<br />

cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus neste nome” [1Pe<br />

4.16]. A isto respondo: embora seja um alívio muito maior ao nosso<br />

sofrimento quando a causa por que sofremos é comum com a do<br />

próprio Cristo, contudo não é <strong>de</strong>bal<strong>de</strong> nem inoportuno que os fiéis<br />

aqui pleiteiem diante <strong>de</strong> Deus para que sofram injustamente por causa<br />

<strong>de</strong>le, a fim <strong>de</strong> que ele se apresente mais vigorosamente em <strong>de</strong>fesa<br />

<strong>de</strong>les. É justo que ele tenha zelo pela manutenção <strong>de</strong> sua glória, a<br />

qual os ímpios fazem tudo por <strong>de</strong>struir quando insolentemente perseguem<br />

os que o servem. E disto transparece mais claramente que<br />

este Salmo foi composto quando o povo se <strong>de</strong>finhava em cativeiro,<br />

ou quando Antíoco <strong>de</strong>vastava a Igreja, visto que naquele tempo a<br />

religião era causa <strong>de</strong> sofrimento. Os babilônios estavam enfurecidos<br />

pela persistência do povo, ao perceberem que toda corporação dos<br />

ju<strong>de</strong>us, dizimada e <strong>de</strong>stroçada como estava, não cessava por isso<br />

<strong>de</strong> con<strong>de</strong>nar as superstições do país. E o furibundo Entíoco estava<br />

totalmente entregue à total extinção do nome <strong>de</strong> Deus. Além do mais,<br />

o que fez a situação parecer ainda mais estranha e insuportável era<br />

que Deus, em vez <strong>de</strong> reprimir a insolência e os males infligidos pelos<br />

ímpios, lhes permitia, ao contrário, prosseguir em sua cruelda<strong>de</strong><br />

e lhes dava, por assim dizer, ré<strong>de</strong>as soltas. Conseqüentemente, os<br />

santos <strong>de</strong>claram que somos entregues à morte o dia todo, e que<br />

seu valor não era mais que o <strong>de</strong> ovelhas para o matadouro. Não<br />

obstante, é sempre bom ter em mente o que eu já observei, ou seja,<br />

que não eram tão isentos <strong>de</strong> culpa que Deus, ao afligir-lhes, não pu<strong>de</strong>sse<br />

por justa causa castigá-los por seus pecados. Mas ainda que<br />

25 “Quand elle se lamentant <strong>de</strong> ce qu’on le faisoit-mourir à tort.” – v.f.

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