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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 48 • 349<br />

7. Tu fazes em pedaços os navios <strong>de</strong> Tarsis com o vento oriental.<br />

5 Os comentaristas se acham divididos em seus pontos <strong>de</strong> vista<br />

<strong>de</strong>sta passagem. 6 Mas contentemo-nos com o sentido natural, o qual<br />

é simplesmente este: que os inimigos da Igreja foram <strong>de</strong>rrotados e<br />

precipitados na <strong>de</strong>struição, precisamente como se Deus, trazendo<br />

repentinamente fortes tempesta<strong>de</strong>s, arrojasse os navios da Cilícia no<br />

seio do mar. O salmista celebra o po<strong>de</strong>r que Deus costuma exibir nas<br />

gran<strong>de</strong>s e violentas tempesta<strong>de</strong>s; e sua linguagem implica que não se<br />

<strong>de</strong>ve admirar que Deus, que quebra os mais fortes navios com a violência<br />

dos ventos, <strong>de</strong>struísse também seus inimigos, os quais se inflavam<br />

com presunçosa confiança que <strong>de</strong>positavam em sua própria força. Pela<br />

expressa, mar <strong>de</strong> Tarsis, os hebreus queriam dizer o Mar Mediterrâneo,<br />

por causa do país da Cilícia, o qual nos tempos antigos se chamava<br />

Tarsis, segundo nos informa Josefo, ainda que, com o passar do tempo,<br />

esse nome veio a restringir-se a uma cida<strong>de</strong> do país. Visto, porém, que<br />

a principal parte do tráfico naval dos ju<strong>de</strong>us era com a Cilícia, aqui se<br />

atribui a esse país, pelo uso <strong>de</strong> sinédoque, o que era comum aos outros<br />

países que ficavam mais distantes e menos conhecidos.<br />

5 O vento oriental na Judéia e no Mediterrâneo é muito tempestuoso e <strong>de</strong>strutivo. É também<br />

muito seco e causticante, bem como súbito e terrível em sua ação (Gn 41.6; Êx 14.21; Ez 19.12;<br />

27.26; Jó 27.21; Is 27.8; Jr 18.17; Jn 4.8.) Daí a LXX traduzir as palavras “Εν πνευματι βιαίω”, “Com<br />

um vento violento”; e a Caldaica traduz: “Um forte vento oriental como um fogo proce<strong>de</strong>nte do<br />

Senhor.” “Tal vento”, diz o Bispo Mant, “é bem conhecido os marinheiros mo<strong>de</strong>rnos pelo nome<br />

Levante, e é do mesmo tipo expresso no capítulo 27 <strong>de</strong> Atos dos Apóstolos, com o nome <strong>de</strong> Euro-<br />

-aquilão.”<br />

6 Alguns pressupõem que há nela uma similitu<strong>de</strong> implícita; a partícula <strong>de</strong> similitu<strong>de</strong> usada<br />

no versículo prece<strong>de</strong>nte estando subentendida. E assim, Frenh e Skinner traduzem os versículos<br />

6 e 7:<br />

“Então um tremor se apo<strong>de</strong>rou <strong>de</strong>les –<br />

Dores como <strong>de</strong> uma parturiente –<br />

Como se dá com um vento tempestuoso,<br />

Tu fazes em pedaços os navios <strong>de</strong> Tarsis.”<br />

De acordo com esta tradução, “os navios <strong>de</strong> Tarsis” não se referem a um exército invasor, nem<br />

“os fazes em pedaços” a uma tempesta<strong>de</strong> real que tivesse tal efeito; mas o escritor sacro emprega<br />

outra figura, o mais vividamente possível para <strong>de</strong>screver o terror que se apo<strong>de</strong>ra <strong>de</strong>ssas forças<br />

confe<strong>de</strong>radas. No versículo prece<strong>de</strong>nte, ele o comparou às dores <strong>de</strong> uma parturiente; e aqui ele<br />

o compara ao tremor que se apo<strong>de</strong>rava dos marinheiros quando a fúria do vento oriental que<br />

dispersava aos pedaços os maiores e mais fortes navios, como os naviso <strong>de</strong> Tarsis provavelmente<br />

eram então, os <strong>de</strong>ixava in<strong>de</strong>fesos.

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