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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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208 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

shaon, se <strong>de</strong>riva, significa <strong>de</strong>struir ou <strong>de</strong>vastar, tanto quanto ressoar ou<br />

ecoar. Mas é mais apropriado consi<strong>de</strong>rar que há aqui uma alusão aos<br />

abismos profundos, don<strong>de</strong> as águas jorram com força violenta. 3 Com<br />

esta similitu<strong>de</strong> ele mostra que fora exposto a um iminente perigo <strong>de</strong><br />

morte como se houvera sido precipitado num profundo poço, extraordinário<br />

pela impetuosa fúria das águas. Com o mesmo propósito é<br />

também a similitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> o lodo lamacento, pelo qual ele notifica que ele<br />

estivera tão perto <strong>de</strong> ser submerso pelo peso <strong>de</strong> suas calamida<strong>de</strong>s,<br />

que não lhe fora fácil <strong>de</strong>svencilhar-se <strong>de</strong>las. Em seguida surge uma<br />

súbita e incrível mudança, pela qual manifesta a todos a gran<strong>de</strong>za da<br />

graça que lhe fora concedida. Declara que seus pés foram postos sobre<br />

uma rocha, enquanto que anteriormente havia sido submerso em<br />

água; e que seus passos foram bem firmados, enquanto que antes não<br />

só eram vacilantes e escorregavam, mas também se atolara na lama.<br />

3. E pôs em minha boca um novo cântico. Na primeira cláusula<br />

do versículo, ele conclui a <strong>de</strong>scrição do que Deus lhe havia feito.<br />

Com a expressão, Deus pôs um novo cântico em minha boca, ele <strong>de</strong>nota<br />

a consumação <strong>de</strong> seu livramento. Seja qual for a maneira em que<br />

Deus se apraz em socorrer-nos, ele não exige nada mais <strong>de</strong> nós senão<br />

que sejamos agra<strong>de</strong>cidos pelo socorro e o guar<strong>de</strong>mos na memória.<br />

Portanto, à medida em que ele nos conce<strong>de</strong> seus benefícios, tão logo<br />

abramos nossa boca e louvemos seu nome. Visto que Deus, ao agir<br />

liberalmente para conosco, nos encoraja a cantar seus louvores, Davi<br />

com razão reconhece que, havendo sido tão portentosamente liberto,<br />

o tema <strong>de</strong> novo cântico lhe fora fornecido. Ele usa o termo novo<br />

no sentido <strong>de</strong> raro e não ordinário, ainda quando a maneira <strong>de</strong> seu<br />

livramento era singular e digno <strong>de</strong> eterna memória. É verda<strong>de</strong> que<br />

não há benefício divino tão minúsculo que dispense nossos mais elevados<br />

louvores; quanto mais ele esten<strong>de</strong> sua mão, porém, visando a<br />

“são aqui <strong>de</strong>scritos sob a imagem <strong>de</strong> uma caverna escura e subterrânea da qual não havia como<br />

emergir-se; e on<strong>de</strong> atroantes cataratas o perturbavam, envolvendo-o <strong>de</strong> todos os lados, até que,<br />

como se expressa no Salmo 18: “Deus <strong>de</strong>sceu e o tomou e o tirou das muitas águas.”<br />

3 “Un marveilleux bruit.” – v.f. “Um ruído portentoso.”

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