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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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224 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

muitos termos ou expressões <strong>de</strong> louvor? É preciso, contudo, notar em<br />

que aspectos estes termos diferem; porque <strong>de</strong>sta forma po<strong>de</strong>remos<br />

<strong>de</strong>terminar em que aspectos se aplicam ao livramento sobre o qual<br />

Davi aqui discursa. Se estas quatro coisas forem tomadas em <strong>de</strong>vida<br />

or<strong>de</strong>m, misericórdia manterá o primeiro lugar, como aquele elemento<br />

pelo qual só Deus se induz a dignar-se a abençoar-nos. Sua justiça é a<br />

proteção pela qual ele constantemente <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a seu próprio povo,<br />

e a bonda<strong>de</strong> pela qual, como já dissemos alhures, ele o preserva. E,<br />

para que não haja dúvida alguma <strong>de</strong> que ela fluirá num curso constante<br />

e ininterrupto, Davi acrescenta, em terceiro lugar, a verda<strong>de</strong>; pela<br />

qual somos instruídos <strong>de</strong> que Deus prossegue sendo sempre o mesmo,<br />

e que jamais se cansa <strong>de</strong> socorrer-nos nem em tempo algum nos<br />

<strong>de</strong>ixa escapar <strong>de</strong> sua mão. Ao mesmo tempo há implícito nisto uma<br />

exibição <strong>de</strong> suas promessas; pois nenhum outro jamais se apropriará<br />

corretamente da justiça divina senão aquele que a abraça como ela<br />

lhe é oferecida e apresentada na Palavra. Salvação é o efeito da justiça,<br />

pois Deus continua a manifestar a seu povo seu gracioso favor,<br />

oferendo-lhe diariamente auxílio e assistência, até que o mesmo seja<br />

completamente salvo.<br />

11. Tu, ó Jehovah, não <strong>de</strong>svies <strong>de</strong> mim tuas ternas misericórdias.<br />

Agora sabemos com mais clareza, sobre o quê tenho apenas<br />

advertido, que Davi fala <strong>de</strong> sua gratidão pessoal, a fim <strong>de</strong> que assegurar-se<br />

do contínuo e divino favor para consigo. E que abriu sua boca<br />

a entoar os louvores <strong>de</strong> Deus, para que continuasse adquirindo novos<br />

favores, contra os quais nosso perverso e ingrato silêncio mui amiú<strong>de</strong><br />

fecha a porta. Devemos, pois, cuidadosamente observar a relação que<br />

a cláusula, na qual Davi afirma não ter fechado seus lábios, comporta<br />

o que se segue, ou seja, que Deus, <strong>de</strong> sua parte, não reduziria nem<br />

interromperia o curso <strong>de</strong> suas misericórdias; porque por esse intermédio<br />

somos instruídos que Deus estaria sempre pronto a receber-nos<br />

por sua bonda<strong>de</strong>, ou, melhor, que a <strong>de</strong>rramaria sobre como <strong>de</strong> uma<br />

fonte infalível, caso nossa própria ingratidão não interferisse ou obstruísse<br />

seu curso. As ternas misericórdias <strong>de</strong> Deus, o que ele expressa

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