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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 68<br />

Era o propósito <strong>de</strong> Davi, neste Salmo, celebrar as vitórias que, por<br />

intermédio das bênçãos divinas, granjeara sobre seus inimigos; 1 nos<br />

versículos iniciais, porém, ele enaltece o po<strong>de</strong>r e munificência <strong>de</strong> Deus<br />

em termos gerais, como vistos no governo do mundo como um todo.<br />

Disto ele passa à consi<strong>de</strong>ração do que Deus fizera ao redimir seu povo<br />

eleito, e das contínuas provas do paternal cuidado que ele manifestara<br />

à posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abraão. Ele, pois, prossegue em direção ao tema<br />

1 Quanto ao tempo e ocasião da composição <strong>de</strong>ste Salmo, a maioria dos intérpretes situa-a<br />

durante a trasladação da arca da casa <strong>de</strong> Obe<strong>de</strong>-Edom para o Monte Sião, e com isso a gran<strong>de</strong><br />

parte <strong>de</strong>le indubitavelmente se harmoniza. Outros críticos, porém, como Drs. Ged<strong>de</strong>s, Boothroyd<br />

e Morrison, pensam (e a opinião <strong>de</strong> Calvino parece ser a mesma) que ele foi escrito <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguma<br />

gran<strong>de</strong> vitória; provavelmente <strong>de</strong>pois da magistral vitória sobre os amonitas e sírios, quando<br />

a arca foi reconduzida com triunfo a Jerusalém [1Cr 19.10-19]. Que a arca acompanhou o exército<br />

nessas guerras, <strong>de</strong>scobrimos à luz das palavras <strong>de</strong> Urias a Davi, em 2 Samuel 11.11, comparado<br />

com 12.31. Visto que muita coisa sob essa dispensação era típica e profética, é muito natural consi<strong>de</strong>rar<br />

a forma triunfante na qual a arca subiu o santo monte, como um emblema da mais triunfante<br />

e gloriosa ascensão do Senhor Jesus Cristo (<strong>de</strong> quem a arca e o tabernáculo, e bem assim o<br />

próprio templo, eram todos figuras) aos mais altos céus, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> haver vencido os inimigos seus<br />

e <strong>de</strong> seu povo; e nesta aplicação o versículo 18 <strong>de</strong>ste Salmo é citado pelo apóstolo Paulo [Ef 4.8, 9].<br />

Esta composição inspirada, ainda que em extremo sublime e bela, é universalmente reconhecida<br />

pelos críticos como sendo <strong>de</strong> dificílima interpretação. Dr. Adam Clarke <strong>de</strong>clara que ele é “o<br />

mais difícil Salmo <strong>de</strong> todo o Saltério”; e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> citar as palavras <strong>de</strong> Simão <strong>de</strong> Muis – o qual<br />

observa que “não há como <strong>de</strong>nominar impropriamente a tortura dos críticos e a abordagem dos<br />

comentaristas” –, diz ele: “Há costumes aqui referidos que não consigo compreen<strong>de</strong>r plenamente;<br />

há palavras cujo significado não posso, para minha própria satisfação, apreen<strong>de</strong>r; e alusões que<br />

são-me inexplicáveis. Todavia, da composição em si mesma tenho a mais elevada opinião: é sublime<br />

além <strong>de</strong> toda comparação; é construída com uma arte verda<strong>de</strong>iramente admirável; possui<br />

toda a dignida<strong>de</strong> da linguagem sacra; ninguém, senão Davi, po<strong>de</strong>ria tê-la composto; e, neste lapso<br />

<strong>de</strong> tempo, não requereria pequena porção da influência do Espírito, o qual estava sobre ele para<br />

imprimir sua genuína interpretação.”

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