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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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334 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

e permitir-se viver sob seu domínio; como se diz em outra passagem:<br />

“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele dia suce<strong>de</strong>rá que pegarão<br />

<strong>de</strong>z homens, <strong>de</strong> todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla das<br />

vestes <strong>de</strong> um ju<strong>de</strong>u, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido<br />

que Deus está convosco” [Zc 8.23].<br />

4. Ele escolheu para nós a nossa herança. Aqui o poeta inspirado<br />

celebra mais distintamente a graça especial que Deus, em sua benevolência,<br />

conce<strong>de</strong>u à eleita e santa semente <strong>de</strong> Abraão. Visto que ele<br />

ignorou todo o restante do mundo e adotou para si um povo que era<br />

pequeno em número e <strong>de</strong>sprezível, assim era oportuno que tal penhor<br />

<strong>de</strong> seu amor paternal se distinguisse <strong>de</strong> sua beneficência comum, a<br />

qual se esten<strong>de</strong> a toda a humanida<strong>de</strong> sem distinção. O verbo, escolheu,<br />

é portanto peculiarmente enfática, implicando que Deus não tratou<br />

com os filhos <strong>de</strong> Abraão como costumava indiscriminadamente tratar<br />

com as <strong>de</strong>mais nações; senão que ele lhes conce<strong>de</strong>ra, como se fosse<br />

por direito hereditário, uma dignida<strong>de</strong> peculiar pela qual excelessem<br />

a todos os <strong>de</strong>mais. A mesma coisa é expressa imediatamente a seguir<br />

pela palavra glória. Assim, pois, o profeta or<strong>de</strong>na o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> gratidão<br />

a Deus, pois havendo exaltado, na pessoa <strong>de</strong> Jacó, seu povo eleito ao<br />

mais elevado grau <strong>de</strong> honra, <strong>de</strong> modo que o mesmo pu<strong>de</strong>sse gloriar-se<br />

no fato <strong>de</strong> que sua condição era distinta daquela <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>mais<br />

nações. Ele mostra, ao mesmo tempo, que isso era inteiramente <strong>de</strong>vido<br />

ao livre e imerecido favor <strong>de</strong> Deus. O pronome relativo, a quem,<br />

é expresso no lugar da partícula causal, pois ou porque, como se o<br />

salmista atribuísse a Deus mesmo a causa <strong>de</strong>sta prerrogativa pela qual<br />

haviam se distinguido. Sempre que se enaltece o favor divino para<br />

com os ju<strong>de</strong>us, em conseqüência <strong>de</strong> haver ele amado seus pais, este<br />

princípio <strong>de</strong>ve sempre ser mantido na mente, a saber, que com isso<br />

se invalidam todos os méritos humanos. Se toda a excelência ou glória<br />

do santo patriarca <strong>de</strong>pendia pura e simplesmente do beneplácito<br />

divino, quem ousaria arrogar alguma coisa para si como se fosse peculiarmente<br />

sua? Se Deus, pois, nos conce<strong>de</strong>u alguma coisa mais que<br />

aos outros, como sendo um privilégio especial, aprendamos a atribuir

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