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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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382 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

não po<strong>de</strong>m prolongar sua vida além do termo comum da mortalida<strong>de</strong>.<br />

Entretanto, visto que ambas as interpretações se harmonizam com o<br />

escopo geral do Salmo, o leitor po<strong>de</strong> tomar uma <strong>de</strong>cisão pessoal. Se<br />

a última for adotada, as palavras no final do versículo serão consi<strong>de</strong>radas<br />

como a asseverar que os ímpios só po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sfrutar da luz da<br />

vida por um curto período, visto que não têm qualquer esperança <strong>de</strong><br />

outra existência além da sepultura. Somos instruídos pelo salmista,<br />

nas palavras que têm estado ante nossa consi<strong>de</strong>ração, a precaver-<br />

-nos <strong>de</strong> não gloriarmo-nos nas possessões <strong>de</strong>ste mundo e vivermos<br />

primordialmente solícitos pela posse daquela felicida<strong>de</strong> que nos está<br />

reservada no céu. Somos igualmente advertidos a não permitir que<br />

sejamos arrebatados pela nociva influência dos aplausos mundanos.<br />

Mesmo os autores pagãos nos têm comunicado a mesma lição. Por<br />

exemplo, o poeta Pérsio diz:<br />

“Non si quid turbida Roma<br />

Elevet, accedas, examenve improbum in illa<br />

Castiges trutina: nec te quaesiveris extra” –<br />

“Se Roma, cida<strong>de</strong> cheia <strong>de</strong> comoções, exalta ou <strong>de</strong>spreza alguma<br />

coisa, sejas precavido para não te satisfazeres com seu peso ou balança;<br />

ou seja, não rejeitando seu juízo e não olhando para o que os<br />

outros dizem a teu respeito, mas entra em ti mesmo e examina o que<br />

tu és.” 30 Mas a disposição para se <strong>de</strong>ixar enganar pela lisonja é estigma<br />

forte <strong>de</strong>mais em nossa natureza, ao ponto <strong>de</strong> requerer-se que atentemos<br />

para a mais pesada admoestação <strong>de</strong> alguém que é inspirado.<br />

20. O homem está em honra e não enten<strong>de</strong>rá. 31 Aqui o profeta,<br />

para que não seja entendido como representar a vida, que em si mes-<br />

30 Esta é a tradução que se oferece <strong>de</strong>stas linhas na versão francesa.<br />

31 Este versículo é precisamente o mesmo conteúdo do 12, com exceção <strong>de</strong> uma palavra. Em<br />

vez <strong>de</strong> ‏,בל-ילין bal-yalin, não abrigará, no versículo 12, temos aqui יבין ‏,ולא velo yabin, e não enten<strong>de</strong>rá.<br />

As versões Septuaginta e Siríaca, porém, trazem no versículo 12 como aqui: “não enten<strong>de</strong>”.<br />

Houbigant pensa que esta é a tradução genuína do versículo 12. “A própria repetição”, diz ele,<br />

“prova que <strong>de</strong>ve ser lido assim. Além disso, como o salmista imediatamente adiciona: são como<br />

criaturas brutas, é suficientemente evi<strong>de</strong>nte que a razão por que os homens se diz que os homens<br />

são como os irracionais é porque não enten<strong>de</strong>m; não porque não continuam em honra, visto que a<br />

honra não pertence à criação irracional.”

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