31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 38 • 171<br />

dos santos, segundo <strong>de</strong>clara o profeta Isaías: “Todavia o povo não<br />

se voltou para quem o feriu, nem buscou o Senhor dos exércitos” [Is<br />

9.13]. O pronome teu é portanto enfático. As palavras <strong>de</strong> Davi são<br />

como se ele dissesse: Não tenho nada a ver com o homem mortal<br />

que po<strong>de</strong> atirar suas flechas só com o impulso na proporção <strong>de</strong> sua<br />

própria força, mas tenho a ver com Deus, que po<strong>de</strong> arremessar as<br />

flechas que vêm <strong>de</strong> sua mão, com uma força totalmente irresistível.<br />

3. Não há saú<strong>de</strong> em minha carne por causa <strong>de</strong> tua ira. Outros<br />

traduzem: Não há formosura. Isso, porém, não parece ser razoavelmente<br />

a<strong>de</strong>quado. Na cláusula que se segue, Davi atribui a Deus o<br />

louvor da justiça, sem a qual o reconhecimento que anteriormente<br />

tivera seria <strong>de</strong> pouco valor; mais ainda, em vez disto, tal reconhecimento<br />

costuma ao contrário exasperar a mente humana, <strong>de</strong> modo<br />

que os homens provocam a ira divina ainda mais, culpando-o <strong>de</strong><br />

cruelda<strong>de</strong> e lançando contra ele terríveis blasfêmias. Nada, pois,<br />

po<strong>de</strong>ria ser mais <strong>de</strong>spropositado do que imaginar haver em Deus<br />

um po<strong>de</strong>r tão supremo e absoluto (como é <strong>de</strong>nominado) ao ponto<br />

<strong>de</strong> privá-lo <strong>de</strong> sua justiça. Davi, tão logo reconheceu que sua aflição<br />

provinha <strong>de</strong> Deus, se volve para seu próprio pecado como a causa<br />

do divino <strong>de</strong>sprazer; pois ele já havia ficado plenamente satisfeito<br />

em sua própria mente <strong>de</strong> que Deus não era como o tirano que exerce<br />

cruelda<strong>de</strong> <strong>de</strong>snecessariamente e ao acaso, mas um Juiz justo,<br />

que nunca manifesta seu <strong>de</strong>sprazer infligindo juízos, senão quando<br />

é seriamente ofendido. Se, pois, ren<strong>de</strong>rmos a Deus o louvor que lhe<br />

é <strong>de</strong>vido, aprendamos como o exemplo <strong>de</strong> Davi a relacionar nossos<br />

pecados com a ira divina.<br />

4. Porque minhas iniqüida<strong>de</strong>s sobrepuseram minha cabeça.<br />

Aqui ele se queixa <strong>de</strong> ser esmagado por seus pecados como por um<br />

objeto muito pesado, <strong>de</strong> tal sorte que totalmente <strong>de</strong>sfalece sob seu<br />

peso; e no entanto ele novamente confirma a doutrina que já havia<br />

<strong>de</strong>clarado, ou seja, que merecidamente sofreu a conseqüência da<br />

ira divina, a qual lhe fora infligida <strong>de</strong> uma forma inusitadamente<br />

severa e terrível. A palavra ‏,עון avon, que traduzimos por iniqüida-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!