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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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14 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

temporal, Paulo transfere para a salvação eterna. “Eu sei”, diz ele, “em<br />

quem tenho crido, e estou convicto <strong>de</strong> que ele po<strong>de</strong> guardar aquilo<br />

que lhe tenho confiado” [1Tm 1.12]. E com certeza, se Davi extraiu tanta<br />

confiança do livramento temporal, é muitíssimo perverso e ingrato<br />

<strong>de</strong> nossa parte se a re<strong>de</strong>nção adquirida pelo sangue <strong>de</strong> Cristo não nos<br />

munisse <strong>de</strong> invencível coragem contra todos os inventos <strong>de</strong> Satanás.<br />

6. O<strong>de</strong>io todos quantos se entregam a vaida<strong>de</strong>s enganosas. Com<br />

o fim <strong>de</strong> melhor expressar que sua fé estava inabalavelmente firmada<br />

em Deus, ele afirma que estava livre das vis contaminações que geralmente<br />

<strong>de</strong>sviam nossas mentes <strong>de</strong> Deus, e sob as quais os incrédulos,<br />

em sua maioria, laboram. Pois sabemos que, ao contrastar as coisas<br />

que são opostas, um tema é melhor ilustrado. Restringir o termo<br />

hebraico lbh, hebel, o qual traduzimos por vaida<strong>de</strong>s, às artes mágicas,<br />

como o fazem alguns intérpretes, é absurdo. 7 Confesso, aliás, que os<br />

orientais eram em extremo <strong>de</strong>dicados a tais imposturas, o que era um<br />

mal comum entre eles. Mas como são inumeráveis os inventos com os<br />

quais Satanás enleia as mentes humanas, e as fascinações com as quais<br />

ele os atrai para longe <strong>de</strong> Deus, não é <strong>de</strong> todo provável que o profeta<br />

esteja a mencionar uma só espécie. Portanto, sejam quais forem as vãs<br />

esperanças que formamos em nosso íntimo, as quais po<strong>de</strong>m afastar-<br />

-nos <strong>de</strong> nossa confiança em Deus, Davi geralmente as <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong><br />

vaida<strong>de</strong>s, sim, vaida<strong>de</strong>s falsas ou enganosas, porque, embora elas nos<br />

nutram por algum tempo com promessas magnificentes, no fim nos<br />

ludibriam e nos <strong>de</strong>sapontam. Ele afirma, pois, que, ao repelir as vaida<strong>de</strong>s<br />

que os homens costumam inventar em apoio <strong>de</strong> suas esperanças,<br />

ele põe sua confiança exclusivamente em Deus. E visto que os homens<br />

7 Hammond consi<strong>de</strong>ra “vaida<strong>de</strong>s” como uma referência à prática da superstição que, recorrendo<br />

aos presságios e adivinhações para se aconselhar e se orientar, prática esta prevalecente entre<br />

os pagãos, quando se <strong>de</strong>paravam com alguma dificulda<strong>de</strong> ou perigo. Às respostas do presságio<br />

<strong>de</strong>monstravam a maior consi<strong>de</strong>ração; ainda que fossem enganados e frustrados na confiança que<br />

nisso <strong>de</strong>positavam. Davi <strong>de</strong>clara que ele <strong>de</strong>testava todas essas práticas, e que confiava exclusivamente<br />

no auxílio divino. French e Skinner, por vaida<strong>de</strong>s enganosas, enten<strong>de</strong>r ser ídolos. “Os<br />

ídolos”, diz Walford, “são às vezes assim <strong>de</strong>nominados; embora o termo não seja confinado a este<br />

sentido, quando todos os amantes da iniqüida<strong>de</strong> são com razão compreendidos nele. – Veja-se<br />

Deuteronômio 32.21; Jonas 2.8.”

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