31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 45 • 301<br />

como o faz a maioria dos reis, mas <strong>de</strong> forma justa e por leis equânimes,<br />

e que, portanto, seu trono será estabelecido para sempre. Embora seja<br />

ele chamado Deus, visto que Deus imprimiu alguma marca <strong>de</strong> sua glória<br />

na pessoa dos reis, todavia este título não po<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma alguma<br />

aplicar-se a um mortal; porque em parte alguma das Escrituras se lê<br />

que um homem ou anjo haja sido distinguido por este título sem alguma<br />

qualificação. É verda<strong>de</strong>, aliás, que tanto os anjos quanto os juízes<br />

são coletivamente chamados ‏,אלהים Elohim, <strong>de</strong>uses; mas não individualmente,<br />

e nenhum homem é chamado por este nome sem algum termo<br />

adicionado à guisa <strong>de</strong> restrição, como quando Moisés foi <strong>de</strong>signado<br />

para ser um <strong>de</strong>us em relação a Faraó [Êx 7.1]. Disto po<strong>de</strong>mos naturalmente<br />

inferir que este Salmo indica, como logo adiante veremos, algo<br />

muito mais elevado do que algum reino terreno.<br />

No versículo seguinte há posto diante <strong>de</strong> nós uma afirmação mais plena<br />

da justiça pela qual este monarca se distingue; pois somos informados<br />

<strong>de</strong> ele não é menos rigoroso no castigo da iniqüida<strong>de</strong> do que na manutenção<br />

da justiça. Sabemos quantos e gran<strong>de</strong>s males são engendrados pela<br />

impunida<strong>de</strong> e licença na prática do mal, quando os reis são negligentes<br />

e frouxos em castigar os crimes. Daí o antigo provérbio: É melhor viver<br />

sujeito a um príncipe que não dá nenhuma concessão do que sujeito a um<br />

que não impõe qualquer restrição. Com o mesmo propósito é também o<br />

notório sentimento <strong>de</strong> Salomão [Pv 17.15]: “O que justifica o perverso e o<br />

que con<strong>de</strong>na o justo, ambos são abominação para o Senhor.” O governo<br />

justo e legítimo, pois, consiste <strong>de</strong>stas duas partes: primeiro, os que governam<br />

<strong>de</strong>vem refrear criteriosamente a impieda<strong>de</strong>; e, segundo, <strong>de</strong>vem<br />

vigorosamente manter a justiça. Justamente como Platão disse bem e<br />

sabiamente, que o governo civil consiste <strong>de</strong> duas partes – recompensas<br />

e castigos. Quando o salmista acrescenta, dizendo que o rei foi ungido<br />

acima <strong>de</strong> seus companheiros, isto não <strong>de</strong>ve ser entendido como o efeito<br />

ou fruto <strong>de</strong> sua justiça, mas, antes, como a causa <strong>de</strong>la; pois o amor pela integrida<strong>de</strong><br />

e eqüida<strong>de</strong>, pelas quais Salomão atuava, era oriundo do fato <strong>de</strong><br />

que ele fora divinamente <strong>de</strong>signado para o reino. Ao or<strong>de</strong>ná-lo à dignida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> e império, Jehovah, ao mesmo tempo, o muniu com os

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!