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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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228 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

16. Alegrem-se e se regozijem todos os que te buscam. Nesta<br />

expressão Davi usa outro argumento – argumento este ao qual alu<strong>de</strong><br />

com freqüência em outros passos – a fim <strong>de</strong> obter livramento; não que<br />

seja necessário apresentar razões para persuadir a Deus, mas porque<br />

é proveitoso para confirmar nossa fé com tais suportes. Visto, pois,<br />

ser a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus que seja ele conhecido em seu gracioso caráter,<br />

não <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong> dois, mas <strong>de</strong> todos os homens em geral, sempre que<br />

se digne livrar a algum <strong>de</strong> seus filhos, é um comum benefício que todos<br />

os fiéis <strong>de</strong>vem aplicar a si mesmos, quando vêem na pessoa <strong>de</strong> alguém<br />

<strong>de</strong> que maneira Deus, que nunca é inconsistente consigo mesmo, agirá<br />

em relação a seu povo. Davi, pois, mostra que nada pe<strong>de</strong> para si, como<br />

indivíduo, e, sim, o que pertence à Igreja toda. Ele ora para que Deus<br />

alegre os corações <strong>de</strong> todos os santos, ou ofereça a todos um motivo<br />

comum <strong>de</strong> regozijar-se; <strong>de</strong> modo que, assegurados da prontidão divina<br />

em ajudá-los, po<strong>de</strong>rão recorrer a ele com muito mais alacrida<strong>de</strong>.<br />

Daqui concluímos que, no caso <strong>de</strong> cada indivíduo, Deus fornece uma<br />

prova <strong>de</strong> sua bonda<strong>de</strong> para conosco. O a<strong>de</strong>ndo, os que amam tua salvação,<br />

é também digno <strong>de</strong> nossa observação. Daqui po<strong>de</strong>mos inferir<br />

que nossa fé só se prova ser genuína quando ou esperamos ou <strong>de</strong>sejamos<br />

a preservação, não <strong>de</strong> outra fonte, senão <strong>de</strong> Deus somente. Os<br />

que inventam diversos outras formas ou meios <strong>de</strong> preservação para si<br />

mesmos, neste mundo, <strong>de</strong>sprezam e rejeitam aquela salvação a qual<br />

Deus nos instruiu a aguardar tão-somente <strong>de</strong>le. O que foi dito antes,<br />

os que te buscam, é do mesmo teor. Se algum indivíduo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r totalmente<br />

<strong>de</strong> Deus e anelar ser salvo por sua graça, que renuncie, pois,<br />

a toda vã esperança e a empregar todos os seus pensamentos na recepção<br />

da energia divina. Aqui, uma vez mais, é preciso observar que<br />

duas coisas se contrastam entre si. Anteriormente, Davi dissera que os<br />

ímpios procuravam a vida <strong>de</strong>le; aqui ele atribui aos fiéis um sentimento<br />

totalmente contrário, ou seja, que eles buscam a Deus. De forma semelhante,<br />

ele relatou os reproches e <strong>de</strong>sdém dos ímpios, quando disse:<br />

Ah! Ah!, e agora introduz os santos falando <strong>de</strong> maneira muito diferente,<br />

dizendo: O Senhor seja magnificado!

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