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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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298 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

o caso <strong>de</strong> Salomão, <strong>de</strong> tal sorte que seu próprio semblante po<strong>de</strong> ter<br />

aparentado que ele fosse dotado com dons superiores. Tampouco é<br />

a graça da oratória imerecidamente recomendada num rei, a quem<br />

ela pertence por virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu ofício, não só para governar o povo<br />

pela autorida<strong>de</strong>, mas também para atraí-lo à obediência mediante o<br />

argumento e a eloqüência, justamente como os antigos inventaram<br />

que Hércules tinha em sua boca ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> ouro, com as quais cativava<br />

os ouvidos da plebe e a atraía para si. Quão manifestamente<br />

isto reprova a pobreza <strong>de</strong> espírito dos reis <strong>de</strong> nossos dias, por quem<br />

é consi<strong>de</strong>rado como <strong>de</strong>rrogatório <strong>de</strong> sua dignida<strong>de</strong> dialogar com<br />

seus súditos e empregar a censura a fim <strong>de</strong> assegurar sua submissão;<br />

mas qual? exibem um espírito <strong>de</strong> bárbara tirania em busca antes <strong>de</strong><br />

compeli-los pela força do que persuadi-los com humanida<strong>de</strong>; e em<br />

escolher antes abusar <strong>de</strong>les como se fossem escravos do que governá-los<br />

por leis e com justiça como pessoas tratáveis e obedientes.<br />

Visto, porém, que esta excelência era exibida em Salomão, igualmente<br />

resplan<strong>de</strong>ceu mais tar<strong>de</strong> muito mais plenamente em Cristo, para<br />

quem sua verda<strong>de</strong> serve <strong>de</strong> cetro, como teremos mais tar<strong>de</strong> ocasião<br />

<strong>de</strong> observar com mais <strong>de</strong>talhes. O termo ‏,על-כן al-ken, o qual traduzimos,<br />

porque, visto que, é às vezes traduzido, pelo que; mas não é<br />

necessário que o interpretemos neste lugar no último sentido, como<br />

se Salomão fosse abençoado em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua beleza e excelência,<br />

pois ambas são bênçãos <strong>de</strong> Deus. Deve ser antes entendido como a<br />

razão por que Salomão se distinguiu por esses dotes, ou seja, porque<br />

Deus o abençoara. Quanto à interpretação que outros dão <strong>de</strong>sta<br />

expressão, Deus te abençoará por tua excelência, é tanto insípida<br />

quanto forçada.<br />

3. Cinge tua espada em tua coxa. Aqui Salomão é igualmente<br />

louvado por seu valor militar, o qual infun<strong>de</strong> terror em seus inimigos,<br />

como por suas virtu<strong>de</strong>s que lhe imprimem autorida<strong>de</strong> entre seus súditos<br />

e lhe garante a reverência <strong>de</strong>les. De um lado, nenhum rei será capaz<br />

<strong>de</strong> preservar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seus súditos, a menos que ele seja formidável<br />

ante seus inimigos; e, por outro lado, será <strong>de</strong> pouco propósito fazer

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