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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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282 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

tem sem <strong>de</strong>smaiar. Em Isaías 52.3, Deus, fazendo uso da mesma forma<br />

<strong>de</strong> linguagem, diz que ven<strong>de</strong>ra seu povo sem preço; mas temos que<br />

enten<strong>de</strong>r isto num sentido diferente, ou seja, para mostrar que ele não<br />

terá dificulda<strong>de</strong> em redimi-los, porque tem obrigação nenhuma diante<br />

dos que os compraram, e nem recebeu <strong>de</strong>les coisa alguma em troca.<br />

13. Fizeste-nos um opróbrio a nossos vizinhos. Aqui o salmista<br />

fala <strong>de</strong> seus vizinhos, que eram todos instigados ou por alguma indisposição<br />

secreta ou alguma animosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>clarada pelo povo <strong>de</strong><br />

Deus. E certamente amiú<strong>de</strong> suce<strong>de</strong> que a vizinhança, que <strong>de</strong>veria ser<br />

o meio <strong>de</strong> preservar mútua amiza<strong>de</strong>, engendra toda sorte <strong>de</strong> discórdia<br />

e intriga. Mas havia uma razão especial com respeito aos ju<strong>de</strong>us, pois<br />

tomaram posse do país a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> todos os homens, e sua religião,<br />

tornando-se odiosa a outros, serviu, por assim dizer, como uma trombeta<br />

a incitar a guerra, e inflamava o furor <strong>de</strong> seus vizinhos contra<br />

eles. Muitos, também, nutriam para com eles um sentimento <strong>de</strong> inveja,<br />

tais como os idumeus que se inflavam em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua circuncisão,<br />

e imaginam que também cultuavam o Deus <strong>de</strong> Abraão da mesma maneira<br />

que os ju<strong>de</strong>us. Mas a prova <strong>de</strong> sua maior calamida<strong>de</strong> era que se<br />

expunham ao opróbrio e irrisão dos que os odiavam em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

seu culto ao verda<strong>de</strong>iro Deus. Os fiéis ilustram ainda mais a gran<strong>de</strong>za<br />

<strong>de</strong> sua calamida<strong>de</strong> com base em outra circunstância, dizendo-nos, na<br />

última cláusula do versículo, que eram alvos <strong>de</strong> opróbrios <strong>de</strong> todos os<br />

lados, pois se viam cercados por seus inimigos, <strong>de</strong> modo que jamais<br />

conseguiam <strong>de</strong>sfrutar sequer <strong>de</strong> um momento <strong>de</strong> paz, a menos que<br />

Deus miraculosamente os preservasse. Sim, acrescentam ainda mais<br />

[v. 14] que se tornaram um provérbio, ou um menear <strong>de</strong> cabeça, ou<br />

‏,משל palavra, uma pilhéria, mesmo entre as nações mais distantes. A<br />

mashal, que é traduzida por provérbio, po<strong>de</strong> ser tomada no sentido <strong>de</strong><br />

uma pesada imprecação ou anátema, tanto quanto um exemplo proverbial<br />

ou um motivo <strong>de</strong> mofa; mas o sentido será substancialmente o<br />

mesmo, ou seja, que não houve povo algum <strong>de</strong>baixo do céu que fosse<br />

mais <strong>de</strong>testado, visto que seu próprio nome corria <strong>de</strong> boca em boca,<br />

por toda parte, em alusões proverbiais, como um termo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sdém.

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