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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 68 • 641<br />

necessário <strong>de</strong>monstrar como isso concorda com o significado e escopo<br />

do salmista. É preciso estabelecer como uma verda<strong>de</strong> axiomática<br />

que Davi, ao reinar sobre o antigo povo <strong>de</strong> Deus, prefigurava o princípio<br />

do eterno reino <strong>de</strong> Cristo. Isso parece evi<strong>de</strong>nte a todo aquele<br />

que se relembra da promessa a ele feita <strong>de</strong> [receber] uma sucessão<br />

ininterrupta, o quê recebeu sua autenticação na pessoa <strong>de</strong> Cristo.<br />

Como Deus ilustrou seu po<strong>de</strong>r em Davi, exaltando-o com o intuito <strong>de</strong><br />

livrar seu povo, assim ele magnificou seu nome em seu Filho unigênito.<br />

Consi<strong>de</strong>remos, porém, mais particularmente, como o paralelo se<br />

concretiza. Cristo, antes <strong>de</strong> ser exaltado, esvaziou-se <strong>de</strong> sua glória, havendo<br />

assumido não simplesmente a forma <strong>de</strong> servo, mas humilhou-se<br />

até ao ponto <strong>de</strong> morrer por crucifixão. Para mostrar quão exatamente a<br />

figura se cumpriu, Paulo observa que o que Davi predissera se concretizou<br />

na pessoa <strong>de</strong> Cristo, ao ser ele lançado nas regiões mais baixas<br />

da terra na exprobração e ignomínia a que se submeteu antes <strong>de</strong> sua<br />

ascensão à <strong>de</strong>stra <strong>de</strong> seu Pai [Sl 22.7]. Ao termos em mente a ascensão,<br />

não <strong>de</strong>vemos confinar nossa visão ao corpo <strong>de</strong> Cristo, mas nossa<br />

atenção é direcionada para o resultado e fruto <strong>de</strong>la, ao sujeitar ele céu<br />

e terra ao seu governo. Os que eram anteriormente seus inveterados<br />

inimigos, ele compeliu à submissão e os fez seus tributários – sendo<br />

esse o efeito da palavra do evangelho, o <strong>de</strong> levar os homens a renunciarem<br />

seu orgulho e sua obstinação e ao reprimir todo pensamento<br />

soberbo que se exalta e reduzir os sentidos e as afeições dos homens<br />

à obediência a Cristo. Quanto aos <strong>de</strong>mônios e homens réprobos que<br />

se <strong>de</strong>ixam instigar à rebelião e sublevação pela malícia obstinada, ele<br />

os mantém dominados por secreto controle e os impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> executar<br />

a <strong>de</strong>struição que engendraram. Até aqui o paralelo é completo.<br />

Tampouco, ao falar Paulo <strong>de</strong> haver Cristo concedido dons aos homens,<br />

há qualquer inconsistência real com o que é aqui afirmado, embora<br />

ele tenha alterado as palavras, havendo seguido a versão grega à guisa<br />

<strong>de</strong> acomodação aos leitores incultos. 34 Não foi a ele mesmo que Deus<br />

34 As palavras <strong>de</strong> Paulo não são exatamente as da Septuaginta, sendo <strong>de</strong>sta a presente redação

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