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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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324 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

oportuno, a fim <strong>de</strong> fazer evi<strong>de</strong>nte a verda<strong>de</strong> da qual se diz alhures: “Eis<br />

que não tosquenejará nem dormirá o guarda <strong>de</strong> Israel” [Sl 121.4].<br />

[vv. 6-11]<br />

Os povos se enfureceram, os reinos se moveram; ele levantou sua voz, 5 a<br />

terra se <strong>de</strong>rreteu. Jehovah dos exércitos está conosco; o Deus <strong>de</strong> Jacó é<br />

a nossa fortaleza. Selah. Vin<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rai as obras <strong>de</strong> Jehovah, que <strong>de</strong>solações<br />

6 tem feito na terra. Ele faz cessar as batalhas até aos confins da<br />

terra; quebra o arco e <strong>de</strong>spedaça a lança; queima as carruagens com fogo. 7<br />

Sossegai-vos 8 e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os pagãos, serei<br />

exaltado na terra. 9 Jehovah dos exércitos está conosco; o Deus <strong>de</strong> Jacó é a<br />

nossa fortaleza. Selah.<br />

6. Os povos se enfurecem. Visto que a Igreja <strong>de</strong> Deus jamais<br />

subsiste sem inimigos, e sendo estes mui po<strong>de</strong>rosos, e como tais conseqüentemente<br />

luta contra ela com cruel e <strong>de</strong>sabrida fúria, o profeta<br />

então confirma, à luz da experiência, a doutrina que ele <strong>de</strong>senvolveu<br />

concernente ao inexpugnável caráter da divina proteção. Ele então <strong>de</strong>duz<br />

<strong>de</strong>la esta base geral <strong>de</strong> consolação: Que pertence continuamente<br />

a Deus refrear e subjugar todas as sublevações, e que seu braço é bastante<br />

forte para frustrar todos os esforços do inimigo. Esta passagem,<br />

admito, po<strong>de</strong> ser interpretada num sentido mais geral, ou seja, que a<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus é passível <strong>de</strong> ser assaltada por muitos ventos e tempesta<strong>de</strong>s;<br />

mas que, mediante o favor divino, ele é, não obstante, sempre<br />

preservada em segurança. É, não obstante, mais provável, como eu<br />

5 “C’est, fait resonner.” – n.m.f. “Isto é, fez ressoar.”<br />

6 “Ou, quels <strong>de</strong>serts.” – n.m.f. “Ou, que <strong>de</strong>sertos.”<br />

7 Provavelmente haja aqui uma alusão ao antigo costume <strong>de</strong> juntar num monte armas e armaduras<br />

dos vencidos e em seguida pôr fogo. A imagem é empregada para expressar vitória completa<br />

e um perfeito estabelecimento da paz. Este costume prevaleceu entre os ju<strong>de</strong>us, e o primeiro<br />

exemplo <strong>de</strong>le encontramos em Josué 11.6. É também referido na <strong>de</strong>scrição dos juízos divinos<br />

sobre Gogue em Ezequiel 39.8-10. Este era também um costume romano. Virgílio faz alusão a ele<br />

em sua Eneida, livro viii.1, 560. Uma medalha cunhada por Vespasiano, imperador romano, para<br />

comemorar o término <strong>de</strong> suas guerras, tanto na Itália quanto por toda parte do mundo, representa<br />

a Deusa da Paz segurando um ramo <strong>de</strong> oliveira com uma das mãos, e com a outra uma tocha<br />

erguida, com a qual ela põe fogo num monte <strong>de</strong> armaduras.<br />

8 “Ou, arrestez, <strong>de</strong>meurez coy.” – n.m.f. “Ou, parai, ficai quietos.”<br />

9 “Par toute la terre.” – v.f. “Através <strong>de</strong> toda a terra.”

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