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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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284 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

hebraicas, ‏,כלהיום col-hayom, significam todos os dias, e <strong>de</strong>notam longa<br />

continuida<strong>de</strong>. Todavia po<strong>de</strong>m ser compreendidas <strong>de</strong> duas formas:<br />

ou <strong>de</strong>notando um dia todo ou inteiro, <strong>de</strong> manhã à noite, ou <strong>de</strong>notando<br />

a contínua sucessão <strong>de</strong> dias. Segundo ambas estas interpretações, o<br />

significado consiste em que não há fim para seus infortúnios. Quanto<br />

à mudança <strong>de</strong> número, do plural para o singular, não é absolutamente<br />

inconsistente o fato <strong>de</strong> que o que se fala no nome da Igreja seria expresso,<br />

por assim dizer, na pessoa <strong>de</strong> um homem. Aduz-se a razão por<br />

que estavam tão submersos em vergonha, que não ousavam erguer<br />

seus olhos e seu rosto, isto é, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> não <strong>de</strong>sfrutarem <strong>de</strong> respeito<br />

algum, senão que eram incessantemente expostos à insolência e<br />

afronta <strong>de</strong> seus inimigos. Houvera-lhes sido permitido escon<strong>de</strong>r-se em<br />

algum canto, teriam suportado, o quanto pu<strong>de</strong>ssem, suas calamida<strong>de</strong>s<br />

em segredo. Mas quando seus inimigos publicamente zombavam<br />

<strong>de</strong>les com a mais extrema insolência, tal coisa serviu para duplicar a<br />

ferida que lhes fora feita. Eles, pois, se queixam que suas calamida<strong>de</strong>s<br />

haviam se cumulado numa extensão tal, que se viram forçados a<br />

ouvir incessantemente blasfêmias e ferinas afrontas. Descrevem seus<br />

inimigos pelo epíteto, vingadores, termo este que, entre os hebreus,<br />

<strong>de</strong>nota barbarida<strong>de</strong> e cruelda<strong>de</strong>, acompanhadas <strong>de</strong> soberba, como já<br />

observamos no Salmo 8.<br />

17. Tudo isso nos sobreveio etc. Uma vez que já haviam atribuído<br />

a Deus todas as aflições que suportavam, se dissessem agora que eram<br />

imerecidamente afligido, seria o mesmo que acusar a Deus <strong>de</strong> injustiça.<br />

Portanto, o que se expressa não mais seria uma oração, e, sim, uma<br />

crassa e ímpia blasfêmia. Não obstante, é preciso observar-se que os<br />

fiéis, embora em suas adversida<strong>de</strong>s não percebessem qualquer razão<br />

óbvia para serem tratados <strong>de</strong>ssa forma, contudo <strong>de</strong>scansam certos disto,<br />

e o consi<strong>de</strong>ram como um princípio estabelecido, ou seja, que Deus<br />

tem razões plausíveis para tratá-los <strong>de</strong> forma tão severa. Ao mesmo<br />

tempo, é oportuno observar-se que os santos não falam, neste ponto,<br />

do tempo pretérito, senão que trazem à memória sua paciente perseverança,<br />

a qual não um insignificante sinal <strong>de</strong> sua pieda<strong>de</strong>, visto que,

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