31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

142 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

preocupações e temores, não po<strong>de</strong>m rir, mas porque a vingança se<br />

<strong>de</strong>mora, se tornam tão impacientes que murmuram e se irritam. Entretanto,<br />

não nos basta que saibamos que Deus age <strong>de</strong> uma maneira<br />

totalmente diferente <strong>de</strong> nós, a menos que aprendamos a chorar pacientemente<br />

enquanto ele ri, <strong>de</strong> modo que nossas lágrimas sejam um<br />

sacrifício da obediência. Entrementes, oremos para que ele nos ilumine<br />

com sua luz, pois é só por esse meio que nós, contemplando com<br />

os olhos da fé aquele que ri, nos tornamos partícipes disso, mesmo<br />

em meio ao sofrimento. É verda<strong>de</strong> que alguns explicam estes dois versículos<br />

<strong>de</strong> um modo diferenciado, como se Davi quisesse dizer que os<br />

fiéis vivem tão felizes que os ímpios os invejam. Mas o leitor perceberá<br />

agora que isto está longe <strong>de</strong> ser o <strong>de</strong>sígnio do profeta.<br />

14. Os ímpios <strong>de</strong>sembainham sua espada e retesam seu arco.<br />

Davi então prossegue dizendo que os ímpios, se armando com espada<br />

e arca, ameaçam com morte os filhos <strong>de</strong> Deus; e isto ele faz a fim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sviar uma tentação que <strong>de</strong> outra forma os esmagaria. As promessas<br />

<strong>de</strong> Deus não se concretizam em tempos <strong>de</strong> quietu<strong>de</strong> e paz, mas em<br />

meio a severos e terríveis conflitos. E por isso Davi agora nos ensina<br />

que os justos não são privados daquela paz da qual falara um pouco<br />

antes, embora os ímpios os ameacem com morte instantânea. A frase<br />

<strong>de</strong>ve ser explicada <strong>de</strong>sta forma: Embora os ímpios <strong>de</strong>sembainhem<br />

suas espadas e arqueiam seus arcos para <strong>de</strong>struir os justos, todavia<br />

todos os seus esforços se volverão sobre suas próprias cabeças e se<br />

reverterão em sua própria <strong>de</strong>struição. É necessário, porém, notar os<br />

termos particulares nos quais a miserável condição dos justos é aqui<br />

<strong>de</strong>scrita, até que Deus por fim se digne em socorrê-los. Primeiro, são<br />

chamados pobres e necessitados; e, segundo, são comparados a ovelhas<br />

<strong>de</strong>stinadas à <strong>de</strong>struição, 17 porque não têm condição <strong>de</strong> opor-se<br />

a violência <strong>de</strong> seus inimigos, senão que, antes, se vêem subjugados<br />

<strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> seus pés. Don<strong>de</strong> se segue que um estado estável <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfruto,<br />

aqui, não lhes é prometido neste Salmo, mas só se põe diante<br />

17 “De brebis <strong>de</strong>stinees au sacrifice.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!