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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 45 • 297<br />

1. Meu coração ferve 2 com palavras boas. Este prefácio mostra<br />

suficientemente que o tema do Salmo não é <strong>de</strong> forma alguma comum;<br />

pois quem quer que tenha sido seu autor, ele aqui notifica, bem no<br />

início, que tratará <strong>de</strong> coisas gran<strong>de</strong>s e gloriosas. O Espírito Santo não<br />

costuma inspirar os servos <strong>de</strong> Deus a pronunciar palavras bombásticas<br />

nem a lançar sons vazios no ar; e portanto po<strong>de</strong>mos naturalmente<br />

concluir que o tema <strong>de</strong> que trata aqui não é <strong>de</strong> um reino meramente<br />

transitório e terreno, mas algo muito mais excelente. Não fora esse o<br />

caso, <strong>de</strong> que serviria anunciar, como faz o profeta em estilo tão magnificente,<br />

que seu coração estava fervendo <strong>de</strong> ar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser<br />

usado em proclamar os louvores do rei? Há quem prefira traduzir a palavra<br />

por proferir; mas o outro significado da palavra parece-me o mais<br />

apropriado; o que é confirmado pelo fato <strong>de</strong> que <strong>de</strong>ste verbo se <strong>de</strong>riva<br />

o substantivo מרהשת , marchesheth, palavra esta que se encontra duas<br />

vezes em Moisés, e significa uma frigi<strong>de</strong>ira, em que se assam carnes. É,<br />

pois, da mesma essência como se o escritor inspirado dissesse: Meu<br />

coração está pronto a emitir algo excelente e digno <strong>de</strong> ser lembrado.<br />

Em seguida ele expressa a harmonia entre a língua e o coração, quando<br />

compara sua língua a pena <strong>de</strong> um habilidoso e expedito escritor.<br />

2. Tu és mais formoso que os filhos dos homens. O salmista<br />

começa seu tema com o enaltecimento da beleza do rei, e então<br />

prossegue louvando também sua eloqüência. Excelência pessoa é<br />

atribuída ao rei, não que a beleza do semblante, a qual por si mesma<br />

não se inclui no número das virtu<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>va ser <strong>de</strong>masiadamente<br />

valorizada, mas porque uma nobre disposição mental amiú<strong>de</strong> resplan<strong>de</strong>ce<br />

no próprio semblante humano. Este bem que po<strong>de</strong>ria ser<br />

falar.” rachash, ferver ou espumar, <strong>de</strong>nota a linguagem do coração, cheio e pronto para ‏,רחש“‏ 2<br />

– Bythner’s Lyra. O coração do salmista estava tão cheio e aquecido <strong>de</strong> entusiasmo com o tema do<br />

Salmo, que não podia conter-se; e o início do poema convence que era assim, pois abruptamente<br />

interrompe um anúncio <strong>de</strong> seu tema como se a impaciência o restringisse. Ainsworth pensa<br />

haver aqui uma alusão à fervura do minchah, ou oferta <strong>de</strong> cereal sob a lei, na assa<strong>de</strong>ira (Lv 7.9).<br />

Tinha que ser assado no azeite, sendo feito <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> farinha sem fermento, misturado com azeite<br />

(Lv 11.5); e a seguir era apresentado ao Senhor pelo sacerdote (v. 8 e segs.). “Aqui”, diz ele, “o<br />

assunto <strong>de</strong>ste Salmo é a minchah ou oblação, que com o azeite, a graça do Espírito, era aquecida<br />

e preparada no peito do profeta, e agora apresentada.”

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