31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

62 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

fim <strong>de</strong> governar o universo, segue-se que <strong>de</strong> forma alguma negligencia<br />

as ativida<strong>de</strong>s terrenas, senão que as governa com a mais preeminente<br />

razão e sabedoria.<br />

15. Aquele que formou o coração <strong>de</strong> todos eles. Tudo indica que<br />

isto foi adicionado com o expresso propósito <strong>de</strong> seguramente persuadir<br />

os crentes <strong>de</strong> que, por mais que os maus astuta e fraudulentamente<br />

possam, com seus secretos estratagemas, esquivar-se da supervisão<br />

divina, e se ocultem em cavernas, contudo seus olhos penetrarão seus<br />

mais escuros escon<strong>de</strong>rijos. E o salmista argumenta a partir da própria<br />

criação que Deus não po<strong>de</strong> senão trazer as maquinações e feitos dos<br />

homens à prestação <strong>de</strong> conta e juízo; porque, embora cada um tenha<br />

complexos recantos ocultos em seu íntimo, <strong>de</strong> modo que há portentosa<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferentes mentes neste aspecto, e esta gran<strong>de</strong><br />

varieda<strong>de</strong> cria a mais confusa obscurida<strong>de</strong>, todavia os olhos <strong>de</strong> Deus<br />

não po<strong>de</strong>m ser ofuscados e obscurecidos ao ponto <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>rem<br />

julgar e <strong>de</strong> levar a efeito sua própria obra. Pelo advérbio, juntamente<br />

[<strong>de</strong> todos eles], pois, ele não quer dizer que os corações humanos<br />

foram formados a um só tempo e sem uma única exceção; <strong>de</strong> modo<br />

que manifestam gran<strong>de</strong> insensatez os que tentam ocultar ou a vedar<br />

o conhecimento <strong>de</strong> seus corações daquele que os formou. O discurso<br />

po<strong>de</strong> também ser entendido no seguinte sentido: que os homens não<br />

po<strong>de</strong>m, mediante as errôneas maquinações <strong>de</strong> seus próprios pensamentos,<br />

apoucar a autorida<strong>de</strong> divina sobre si, <strong>de</strong> modo que não possa<br />

governar, através <strong>de</strong> sua secreta providência, os eventos que lhes<br />

parecem ocorrer por acaso. Vemos, aliás, como, ao estabelecer suas<br />

vãs esperanças, <strong>de</strong>spojam a Deus <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r e o transferem para as<br />

criaturas, numa ocasião com este objetivo, noutra ocasião, com aqueloutro,<br />

concebendo que não têm necessida<strong>de</strong> alguma <strong>de</strong> seu auxílio,<br />

enquanto se acham munidos com os meios e auxílios externos para se<br />

protegerem.<br />

Portanto, prossegue: Um rei não se salva pela multidão <strong>de</strong> seu<br />

exército etc. Com isto o escritor inspirado preten<strong>de</strong> ensinar-nos que a<br />

segurança das vidas humanas não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua própria força, mas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!