31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

192 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

cer em força. Deste fato po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r uma lição muitíssimo<br />

proveitosa, a saber: que quanto mais energicamente alguém exerça<br />

obediência para com Deus, e emprega todos os seus esforços<br />

em dinamizar o exercício da paciência, mais vigorosamente se vê<br />

assaltado por tentações. Porquanto Satanás, enquanto não costuma<br />

importar muito o indiferente e displicente, mesmo raramente<br />

se lhes aproxima, exibe todas as suas energias em hostis arremetidas<br />

contra o crente fiel. Se, pois, em qualquer tempo sentirmos<br />

ar<strong>de</strong>ntes emoções surgindo e provocando comoção em nosso peito,<br />

recor<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ste conflito <strong>de</strong> Davi, para que nossa coragem não se<br />

arrefeça ou, pelo menos, nossa enfermida<strong>de</strong> não nos lance <strong>de</strong> ponta<br />

cabeça ao <strong>de</strong>sespero. As secas e quentes exalações que o sol causa<br />

ao <strong>de</strong>spontar do verão, se nada ocorresse na atmosfera para obstruir<br />

seu progresso, ascen<strong>de</strong>riam ao ar sem qualquer distúrbio; mas<br />

quando a interferência <strong>de</strong> nuvens impe<strong>de</strong> sua livre ascensão, surge<br />

então o conflito, do qual se produzem os trovões. É semelhante<br />

com respeito aos santos que <strong>de</strong>sejam elevar seus corações a Deus.<br />

Se se resignam às vãs imaginações que se suscitam em sua mente,<br />

po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> uma sorte <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> irrestrita que libera<br />

toda sorte <strong>de</strong> fantasia; visto, porém, que se <strong>de</strong>votam a resistir sua<br />

influência, e <strong>de</strong>dicadamente buscam a Deus, as obstruções que surgem<br />

da oposição da carne começam então a perturbá-los. Portanto,<br />

sempre que a carne empregar seus esforços e acen<strong>de</strong>r em nossos<br />

corações um fogo abrasador, saibamos que somos exercitados com<br />

o mesmo gênero <strong>de</strong> tentação que ocasionou tanto sofrimento e<br />

perturbação em Davi. No final do versículo, reconhecemos que a<br />

severida<strong>de</strong> da aflição com que fora visitado por fim o vencera e<br />

permitira que palavras insensatas e inadvertidas fluíssem <strong>de</strong> seus<br />

lábios. Em sua própria pessoa, ele nos põe diante <strong>de</strong> um espelho<br />

<strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong> humana para que, sendo advertidos do perigo a<br />

que estamos expostos, aprendamos a tempo a buscar proteção à<br />

sombra das asas divinas. Ao dizer que, eu falei com minha língua,<br />

esse não é modo supérfluo <strong>de</strong> expressar, e, sim, uma legítima e mais

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!