31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 55 • 463<br />

sendo esta uma verda<strong>de</strong> que nunca <strong>de</strong>ve ser perdida <strong>de</strong> vista, ou seja,<br />

que na justa proporção como os homens crescem <strong>de</strong>smedidamente<br />

em pecado, po<strong>de</strong>-se antecipar que os juízos divinos estão para <strong>de</strong>scer<br />

sobre eles. À luz da <strong>de</strong>sabrida licenciosida<strong>de</strong> prevalecente entre eles,<br />

o salmista se conforta com a reflexão <strong>de</strong> que o livramento divino não<br />

po<strong>de</strong> estar distante; pois Deus visita os soberbos, mas dá maior graça<br />

aos humil<strong>de</strong>s. Antes <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a orar pelos juízos divinos contra<br />

eles, ele notifica que se enchera do conhecimento <strong>de</strong> seu nocivo e injurioso<br />

caráter. Os intérpretes têm gasto um <strong>de</strong>snecessário grau <strong>de</strong> labor<br />

em <strong>de</strong>terminar se a cida<strong>de</strong> aqui indicada era aquela <strong>de</strong> Jerusalém ou <strong>de</strong><br />

Keila, pois Davi, com este termo parece simplesmente <strong>de</strong>notar o franco<br />

e público prevalecimento do crime no país. A cida<strong>de</strong> se opõe a lugares<br />

mais ocultos e obscuros, e ele insinua que a contenda era praticada<br />

com impudica publicida<strong>de</strong>. Admitindo-se que a cida<strong>de</strong> tencionada era<br />

a metrópole do reino, isso não é razão para não supor-se que o salmista<br />

tinha diante <strong>de</strong> si os estado geral do país; mas o termo é, em minha<br />

opinião, evi<strong>de</strong>ntemente empregado num sentido in<strong>de</strong>finido, para informar<br />

que tal perversida<strong>de</strong> como geralmente se comete em secreto<br />

tinha naquele tempo franca e publicamente perpetrado. É com o mesmo<br />

intuito <strong>de</strong> fazer o agravado caráter da perversida<strong>de</strong> então reinante<br />

na nação, que ele <strong>de</strong>screve seus crimes como que cercando os muros,<br />

ficando <strong>de</strong> sentinela ou vigiando, por assim dizer, sobre eles. Supõe-se<br />

que os muros existem para proteger a cida<strong>de</strong> da rapina e da incursão,<br />

mas o salmista se queixa <strong>de</strong> que esta or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> coisas era invertida –<br />

que a cida<strong>de</strong>, em vez <strong>de</strong> ser cercada com fortificações, era sitiada por<br />

contenda e opressão, ou que estas tinham tomado posse dos muros e<br />

‏,און estavam em torno <strong>de</strong>les. 12 Já comentei alhures sobre as palavras<br />

12 “Violência e contendas” são aqui personificadas, como sentinelas ou patrulhas que mantêm guarda<br />

sobre a cida<strong>de</strong>; fazendo suas rondas sobre os muros para guardar “o trabalho, o sofrimento, a perversida<strong>de</strong>,<br />

a frau<strong>de</strong> e malícia” que reinam no meio <strong>de</strong>la, e para excluir a felicida<strong>de</strong>, a justiça e a verda<strong>de</strong>. “De<br />

fato”, diz o bispo Mant, “um exemplo muito excelente <strong>de</strong>sse po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> personificação, ou fornecendo<br />

idéias gerais e abstratas com qualida<strong>de</strong>s pessoais; e assim as introduzindo agindo e falando sobre o<br />

estágio, pelo qual os poetas hebreus se distinguem, igualando-se, com isso, aos mais polidos escritores<br />

<strong>de</strong> outras nações em elegância e beleza, e suplantando os mais elevados em gran<strong>de</strong>za e sublimida<strong>de</strong>.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!