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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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258 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

[vv. 7-8]<br />

Abismo chama outro abismo 10 ao som <strong>de</strong> tuas trombas d’água; 11 todas as<br />

tuas vagas e dilúvios têm passado sobre mim. De dia, Jehovah or<strong>de</strong>nará<br />

sua bonda<strong>de</strong>; e <strong>de</strong> noite, seu cântico estará comigo; uma oração ao Deus<br />

<strong>de</strong> minha vida.<br />

7. Abismo chama outro abismo. Estas palavras expressam a<br />

profundida<strong>de</strong>, bem como o número e a duração, das misérias que ele<br />

sofria; como se dissesse: Sou oprimido não só por um tipo <strong>de</strong> miséria,<br />

mas muitos tipos <strong>de</strong> angústias me vêm em forma <strong>de</strong> torvelinhos, <strong>de</strong><br />

modo que parecem surgir <strong>de</strong> todos os lados, sem medida. Em primeiro<br />

lugar, pelo termo, abismo, ele mostra que as tentações pelas quais<br />

era assaltado eram tais que bem podiam ser comparadas aos abismos<br />

marítimos. Então se queixa <strong>de</strong> sua longa duração, o quê ele <strong>de</strong>screve<br />

fazendo uso <strong>de</strong> muitas figuras apropriadas, dizendo que suas tentações<br />

clamavam à distância e convocavam unas às outras. Na segunda<br />

parte do versículo, ele continua com a mesma metáfora, ao dizer que<br />

todas as vagas e dilúvios <strong>de</strong> Deus têm passado sobre minha cabeça.<br />

Com isso ele quer dizer que tinha sido dominado e, por assim dizer,<br />

tragado pelo acúmulo <strong>de</strong> aflições. Contudo, tem que observar-se que<br />

ele <strong>de</strong>signa a cruelda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saul e <strong>de</strong> seus inimigos como sendo dilúvios<br />

10 “Un abysme crie à l’autre abysme.” – v.f. “Um abismo clama a outro abismo.”<br />

11 Uma tromba d’água é um gran<strong>de</strong> tubo ou cilindro formado <strong>de</strong> nuvens, por meio do fluído<br />

elétrico, sendo a base mais elevada e a extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong>scendo perpendicularmente das nuvens.<br />

Ela tem um tipo particular <strong>de</strong> movimento circular na extremida<strong>de</strong>; e sendo oco por <strong>de</strong>ntro, atrai<br />

vasta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água; a qual freqüentemente <strong>de</strong>rrama em torrentes na terra ou no mar. Tão<br />

gran<strong>de</strong> é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, e tão repentina e precipitada é a queda, que se ocorre <strong>de</strong>scer sobre<br />

um navio, quebra-o em pedaços e o afunda num instante. As trombas d’água que o Dr. Shaw viu no<br />

Mediterrâneo, temos assim sua informação: “parecia uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cilindros <strong>de</strong> água caindo<br />

das nuvens”; e <strong>de</strong>clara que elas “são mais freqüentes nas proximida<strong>de</strong>s dos cabos <strong>de</strong> Latikea,<br />

Greego e do Carmelo do que em qualquer outra parte do Mediterrâneo.” – (Travels, p. 333) Harmer<br />

obsrva que “Todos estão localizados na costa da Síria, e o último <strong>de</strong>les todos sabem que está na<br />

Judéia, sendo um lugar que se tornou famoso pelas orações do profeta Elias. Os ju<strong>de</strong>us, pois, não<br />

podiam ignorar o que ocorria em suas partes litorâneas; e Davi certamente conhecia tais perigos<br />

do mar, se porventura não tivesse até mesmo assistido a alguns <strong>de</strong>les.” – (Observações, vol. III.<br />

p. 222) Na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> uma tempesta<strong>de</strong> marítima violenta e perigosa, pela qual ele aqui retrata<br />

sua gran<strong>de</strong> angústia, ele, pois, esboçaria sua imagem <strong>de</strong>sse pavoroso fenômeno, o qual era <strong>de</strong><br />

freqüente ocorrência nos literais judaicos.

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