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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 65 • 591<br />

4. Bem-aventurado é o homem a quem escolheste. Havendo já<br />

reconhecido que o povo se havia afastado <strong>de</strong> Deus em <strong>de</strong>corrência<br />

<strong>de</strong> seus pecados, bem como perdido todo e qualquer direito a ser<br />

ouvido, o salmista então busca refúgio na soberana graça <strong>de</strong> Deus,<br />

a qual garante a remissão <strong>de</strong> pecado <strong>de</strong>ntre outras bênçãos. E assim<br />

ele lança luz adicional sobre o que dissera na questão <strong>de</strong> a culpa<br />

ser expurgada, ao apontar para a causa <strong>de</strong> ser Deus favorável aos<br />

pobres pecadores, favor este que só po<strong>de</strong> ser encontrado em seu<br />

amor paternal que o leva a recebê-los bem em sua presença, por<br />

mais indignos que sejam. Esse perdão que diariamente recebemos<br />

flui <strong>de</strong> nossa adoção, e nela se acham também fundadas todas as<br />

nossas orações. Como po<strong>de</strong>ria o pecador aventurar-se a comparecer<br />

na presença <strong>de</strong> Deus, obter sua reconciliação, porventura não<br />

estivesse persuadido <strong>de</strong> ser ele um Pai? Nas palavras que se acham<br />

diante <strong>de</strong> nossos olhos, Davi não fala da graça <strong>de</strong> Deus esten<strong>de</strong>ndo<br />

as mãos para os gentios (o que ele fizera numa parte prece<strong>de</strong>nte<br />

do Salmo), mas em termos que só se aplicam aos tempos em que<br />

ele escreveu. A Igreja <strong>de</strong> Deus se confinava nos ju<strong>de</strong>us, e somente<br />

eles eram admitidos no santuário; enquanto que agora, quando a<br />

distinção já foi abolida e as <strong>de</strong>mais nações chamadas ao mesmo<br />

privilégio, estamos todos livres para ousar acesso a ele com familiarida<strong>de</strong>.<br />

Cristo é nossa paz [Ef 2.14], o qual uniu em um aqueles que<br />

outrora estavam longe e aqueles que estavam perto.<br />

O que até aqui foi expresso é suficiente para revelar o escopo do<br />

salmista. Uma vez havendo a Igreja, o povo escolhido <strong>de</strong> Deus, tomado<br />

posse da promessa da remissão dos pecados, ele chama bem-aventurados<br />

aqueles a quem Deus incluiu nesse corpo e os introduziu no<br />

<strong>de</strong>sfruto <strong>de</strong>sse privilégio tão distinto. Sua linguagem informa que a<br />

eleição, naquele tempo, não havia se concretizado em todos; pois insiste<br />

nela como a prerrogativa especial dos ju<strong>de</strong>us, ou seja, que foram<br />

escolhidos por Deus em preferência às <strong>de</strong>mais nações. Caso pu<strong>de</strong>sse o<br />

homem fazer algo para antecipar a graça <strong>de</strong> Deus, e a eleição cessaria<br />

<strong>de</strong> ser um apanágio divino, ainda que o direito e o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>la sejam-lhe

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