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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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624 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

como algo que lhes inspirava terror; os justos, em contrapartida,<br />

se regozijam nela, porque nada os <strong>de</strong>leita mais do que pensar<br />

que Deus está perto <strong>de</strong>les. Ao comentarmos o Salmo 18.26,<br />

vimos por que a divina presença terrifica alguns e conforta outros;<br />

pois “com os puros, te mostrarás puro; e com os obstinados, te<br />

mostrarás inflexível.” O salmista amontoa uma expressão sobre a<br />

outra para mostrar quão profunda é a alegria do povo do Senhor, e<br />

quão radicalmente ela possui e ocupa seus afetos.<br />

4. Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; exaltai aquele 7<br />

que cavalga as nuvens. Ele então prossegue convocando o povo do<br />

Senhor para louvar a Deus. E começa realçando as razões, em geral,<br />

como eu já sugeri, que eles tinham para este exercício, visto englobar<br />

ele o mundo inteiro sob seu po<strong>de</strong>r e governo, acrescentando<br />

que se con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong> em tomar os mais pobres, e mesmo os mais<br />

miseráveis <strong>de</strong> nossa família sob sua proteção. Seu infinito po<strong>de</strong>r é<br />

enaltecido quando se diz que ele cavalga sobre as nuvens, ou sobre<br />

os céus, 8 pois isso prova que ele se mantém supremo sobre todas as<br />

coisas. O Espírito Santo po<strong>de</strong> preten<strong>de</strong>r pela expressão que <strong>de</strong>ve-<br />

7 A redação da Septuaginta é: “Odopoih,sate” “Fazei vereda.” A palavra hebraica, wls, sollu, tem<br />

esse sentido, bem como exaltai. Em duas passagens <strong>de</strong> Isaías, as formas <strong>de</strong> expressão são muito<br />

semelhantes à da presente passagem (57.14): “Aplainai, aplainai, preparai o caminho”; e (62.10):<br />

“Aplainai, aplainai a estrada.” Jerônimo tem: “Praeparate viam”, “Preparai um caminho.” Walford<br />

adota a mesma tradução: “Preparai um caminho para aquele que cavalga pelos <strong>de</strong>sertos” – o<br />

que ele explica na seguinte nota: “A imagem é tomado por empréstimo do costume dos príncipes<br />

orientais que enviavam pioneiros diante <strong>de</strong> seus exércitos com o fim <strong>de</strong> reduzir as colinas e<br />

aplainar estradas pelos vales, para facilitar seu avanço. Deus é <strong>de</strong>scrito como a cavalgar pelos<br />

<strong>de</strong>sertos, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver ele acompanhado Israel pelos <strong>de</strong>sertos para conduzi-lo a Canaã.”<br />

8 A palavra twbrub, baäraboth, aqui traduzida, as nuvens, ou os céus, é traduzida pela<br />

Septuaginta, o oeste, como se fosse oriunda <strong>de</strong> bru, ereb, noite; e, pela Vulgata, “Super occasum”,<br />

“No pôr-do-sol.” Outros a traduzem por ‘<strong>de</strong>sertos’. Portanto, Jerônimo a traduz: “ascen<strong>de</strong>nti per<br />

<strong>de</strong>serta”, “pois aquele que cavalga pelos <strong>de</strong>sertos”. Nisto ele é seguido pelo Dr Boothroyd, os<br />

bispos Lowth e Horsley, Drs. Kennicott e Chandler, Fry e outros; os críticos, porém, <strong>de</strong> não menos<br />

importância trazem céus, como Paginus, Buxtorf e Hammond. “O feminino hbru”, diz este último<br />

crítico, “é freqüentemente tomado por planície, e assim por <strong>de</strong>serto; mas twbru, no plural, é<br />

reconhecido pelos hebreus como significando os céus.” A idéia é totalmente fantasiosa, a qual é<br />

apresentada por alguns, <strong>de</strong> que esta palavra, que às vezes significa uma planície ou um <strong>de</strong>serto, se<br />

aplica aos mais altos céus, “ou como sendo o plano e vácuo das estrelas, e portanto uma espécie<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>serto superior, sem nada nele, ou (como o erudito Grotius piamente conjetura <strong>de</strong> 1 Timóteo<br />

6.16) porque, como um <strong>de</strong>serto, é avpro,siton, não acessível a alguém.”

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