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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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608 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que haviam recebido, não chegaram a cair, mas ficaram <strong>de</strong> pé e firmes.<br />

O salmista, contudo, não aproveita o ensejo para subestimar o mal<br />

que havia sido antecipado e revertido. Uma vez que fora preservado a<br />

salvo mediante a intervenção da bonda<strong>de</strong> divina, ele fala disto como<br />

equivalente a haver sido trazido <strong>de</strong> volta ou restaurado à vida.<br />

[vv. 10-12]<br />

Porque tu, ó Deus, nos tens provado; nos tens purificado como se purifica a<br />

prata. Tu nos trouxeste à re<strong>de</strong>; tu impuseste restrições aos nossos lombos.<br />

Tu fizeste que o homem cavalgasse sobre nossas cabeças; 10 temos passado<br />

pelo fogo e pela água, e nos trouxeste a um lugar frutífero. 11<br />

10. Porque tu, ó Deus, nos tens provado. Po<strong>de</strong>mos ler: Ainda que<br />

tu, ó Deus, etc., e assim a passagem viria a ser uma qualificação do que<br />

vem antes, e é apresentado pelo salmista para realçar a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Deus que os livrara <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s tão prementes. Mas há outro objetivo<br />

que consi<strong>de</strong>ro tinha o salmista em vista, o qual consiste no alívio<br />

da tristeza do povo <strong>de</strong> Deus, pondo diante <strong>de</strong>les o conforto sugerido<br />

pelas palavras que se seguem. Ao sermos visitados por alguma aflição,<br />

é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância que a consi<strong>de</strong>remos como vinda <strong>de</strong> Deus e<br />

como expressamente <strong>de</strong>stinada ao nosso bem. É em referência a isso<br />

que o salmista fala <strong>de</strong> haver sido provado e purificado. Ao mesmo tempo,<br />

enquanto chama a atenção para o fato <strong>de</strong> Deus purificar seus filhos<br />

com vistas a expurgá-los <strong>de</strong> seus pecados, como a escória, pelo fogo,<br />

é expelida da prata, ele notifica também que a provação resultara em<br />

sua paciência. A figura implica que sua provação fora severa; pois a<br />

prata é repetidas vezes posta na fornalha. Expressam-se gratos a Deus<br />

pelo fato <strong>de</strong> que, embora provados com aflição, não foram <strong>de</strong>struídos<br />

10 Cavalgar sobre significa insultar ou tiranizar. Aqui, porém, é possível que a imagem tenha sido<br />

extraída do pisotear dos cavalos no dia <strong>de</strong> batalha. A cavalaria, no campo <strong>de</strong> batalha, não tem a<br />

menor consi<strong>de</strong>ração pelos caídos, os moribundos e os mortos, senão que pisam promiscuamente<br />

sobre todos os que se acham em seu caminho. “Tu nos tens permitido”, diz Dr. Adam Clarke, “cair<br />

sob o domínio <strong>de</strong> nossos inimigos, os quais nos lançaram ao pó como faz uma cavalaria com suas<br />

colunas em <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m, pisoteando a todos sob os pés <strong>de</strong> seus corcéis.”<br />

11 “In planitiem.” – v.l. “En lieu plantureux.” – v.f.

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