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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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598 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

restringir-se à Judéia, quando por as pastagens ou moradas do <strong>de</strong>serto<br />

temos também que enten<strong>de</strong>r as regiões mais secas e incultiváveis,<br />

chamadas na Escritura “lugares altos”. Mas embora seja a bonda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus para com seu próprio povo o que aqui é mais particularmente<br />

celebrado como sendo melhor conhecido, somos obrigados, em<br />

qualquer parte do mundo em que vivemos, a reconhecer as riquezas<br />

da bonda<strong>de</strong> divina visualizadas na fertilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

terra. Não é <strong>de</strong> si mesma que ela produz tão inexaurível varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

frutos, mas tão-somente enquanto for adaptada por Deus a produzir o<br />

alimento do homem. Conseqüentemente, há certa proprieda<strong>de</strong> e força<br />

na forma <strong>de</strong> expressão usada pelo salmista quando adiciona que se<br />

provê trigo para o homem, porquanto a terra tem sido assim preparada<br />

por Deus; 17 significando que a razão para tal abundância com a qual a<br />

terra está cheia é por ter sido expressamente formada por Deus em<br />

seu cuidado paternal para com a gran<strong>de</strong> família humana, em suprir as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seus filhos.<br />

10. Tu saturas seus sulcos. Há quem tome o verbo no modo<br />

optativo e construa as palavras como uma oração. Mas não po<strong>de</strong> haver<br />

a menor dúvida <strong>de</strong> que Davi continua ainda a expressar-se em ações<br />

<strong>de</strong> graças, e louva a Deus por ume<strong>de</strong>cer e saturar a terra com chuvas<br />

que a torne apropriada à produção <strong>de</strong> fruto. Com isto ele quer nos<br />

dizer que toda a or<strong>de</strong>m das coisas na natureza revela o amor paterhumano.<br />

“As chaves das nuvens”, dizem os ju<strong>de</strong>us, “são peculiarmente guardadas nas mãos divinas,<br />

como as chaves da vida e da ressurreição.” Ele po<strong>de</strong> empregá-las como os instrumentos <strong>de</strong><br />

sua misericórdia, <strong>de</strong>rramando <strong>de</strong>las sobre a terra copiosos e revigorantes chuviscos, com o fim<br />

<strong>de</strong> promover vegetação e produzir estações frutíferas; e po<strong>de</strong> também convertê-las, quando lhe<br />

apraz, em instrumentos <strong>de</strong> juízo, ou retendo-as ou <strong>de</strong>rramando-as em chuvas torrenciais, como<br />

fez no dilúvio, e quando a ceifa vira um montão seco no dia da tristeza e do <strong>de</strong>sespero (Is 17.11).<br />

Horsley, em vez <strong>de</strong> ‏,פלג peleg, no singular, propõe a redação com, ‏,פלגות pelagoth, no plural, e traduz<br />

assim: “Deus é aquele que enche os ribeiros com água.” “A palavra ‏,”פלג diz ele, “como observa<br />

o arcebispo Secker, é mui raramente usada como um substantivo no singular. Mr. Bates, aliás,<br />

a toma como substantivo no Salmo 55.9; sua interpretação do texto, porém, é muito duvidosa. No<br />

plural ela nunca significa gran<strong>de</strong>s rios, mas pequenos córregos e ribeiros. Temos a autorida<strong>de</strong> da<br />

Siríaca para a redação no plural.<br />

17 Na Septuaginta, a última cláusula se lê: “Οτι οὕτῶς ἡ ἑτοιμασία”, “Porque assim é a preparação”;<br />

isto é, a terra foi assim preparada. Na Siríaca, temos: “Quando tu a fundaste ou estabeleceste”;<br />

e na Caldaica: “Visto que assim a fundaste”.

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