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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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336 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

verda<strong>de</strong>iramente presente com eles, e que não era em vão que fosse<br />

invocado entre eles. O que se afirma aqui, contudo, se aplica mais<br />

apropriadamente à manifestação da glória que por fim resplan<strong>de</strong>ceu<br />

na pessoa <strong>de</strong> Cristo. Em suma, a essência da linguagem do salmista é:<br />

quando as trombetas sovam entre os ju<strong>de</strong>us, segundo a <strong>de</strong>terminação<br />

da lei, que não eram meros sons vazios que se perdiam no ar; pois<br />

Deus, que pretendia fosse a arca do concerto um penhor e emblema<br />

<strong>de</strong> sua presença, verda<strong>de</strong>iramente presidia aquela assembléia. Disto o<br />

profeta extrai um argumento para compelir os fiéis ao <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> cantar<br />

louvores a Deus. Ele argumenta dizendo que, ao engajar-se neste exercício,<br />

eles não estariam agindo cegamente e ao acaso, como fazem os<br />

supersticiosos que, não tendo qualquer certeza <strong>de</strong> seus falsos sistemas<br />

<strong>de</strong> religião, em vão lamentam e bramam diante <strong>de</strong> seus ídolos. Ele<br />

mostra que os fiéis têm justa razão <strong>de</strong> celebrar com seus lábios e com<br />

coração festivo os louvores <strong>de</strong> Deus; 4 uma vez que certamente sabem<br />

que ele está tão presente com eles como se tivesse visivelmente estabelecido<br />

seu trono real entre eles.<br />

7. Porque Deus é o Rei <strong>de</strong> toda a terra. O salmista, havendo<br />

chamado a Deus, no final do versículo prece<strong>de</strong>nte, Rei do povo eleito,<br />

agora o chama Rei <strong>de</strong> toda a terra; e assim, enquanto reivindica para<br />

os ju<strong>de</strong>us o direito e honra <strong>de</strong> primogenitura, ao mesmo tempo junta<br />

a eles os gentios como associados e partícipes com eles do mesma<br />

bênção. Com estas palavras ele notifica que o reino <strong>de</strong> Deus seria muito<br />

mais magnificente e glorioso, ao tempo da vinda do Messias, do<br />

que sob a umbrosa dispensação da lei, visto que ele se esten<strong>de</strong>ria às<br />

extremas fronteiras da terra. Para mostrar mais austerida<strong>de</strong> em sua<br />

exortação, ele repete as expressões, cantai louvores a Deus, cinco<br />

vezes. A palavra ‏,מםכיל maskil, 5 se expressa no singular em <strong>de</strong> no plu-<br />

4 “De faire retentir en leurs bouches et d’un coeur alaigre les louanges <strong>de</strong> Dieu.” – v.f.<br />

5 Calvino traduz esta palavra na versão latina por ‘intellignes’; e na francesa por ‘entendu’;<br />

– “Isto é, todos os que entre vós enten<strong>de</strong>m!” Dr. Adam Clarke traduz assim: “Cantai um cântico<br />

instrutivo”; e observa: “Que o sentido e o som vão juntos. Que vossos corações e cabeças vão com<br />

vossas vozes.”

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