31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

104 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

te da plebe, a qual agia antes por impulso irrefletido. Ele, pois, fala<br />

particularmente dos lí<strong>de</strong>res e <strong>de</strong> outros <strong>de</strong> um caráter semelhante, e<br />

os acusa <strong>de</strong> cruelda<strong>de</strong>, dizendo que rilhavam seus <strong>de</strong>ntes contra ele<br />

como animais selvagens furiosos.<br />

Primeiro ele os chama <strong>de</strong> pérfidos ou perversos, para que pu<strong>de</strong>sse<br />

mais facilmente obter auxílio e socorro <strong>de</strong> Deus, como que o invocando<br />

no extremo <strong>de</strong> sua angústia; e, em segundo lugar, ele os chama <strong>de</strong><br />

bufões ou ridículos, pelo quê ele quer dizer possuem uma impudência<br />

tal, e são <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong> todo senso <strong>de</strong> pudor, que não há nada que não<br />

se atrevam a fazer. Quanto ao significado do termo ‏,מעוג maog, que se<br />

segue, os intérpretes não estão <strong>de</strong> acordo. Ele significa propriamente<br />

pão assado no meio das brasas. Alguns, contudo, em vista <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>rem<br />

extrair <strong>de</strong>le um significado a<strong>de</strong>quado à passagem, têm pensado<br />

que ele <strong>de</strong>ve apontar para o tagarela chistoso, ou para a linguagem<br />

fútil. Outros, presumindo imprimir um raio <strong>de</strong> ação ainda mais amplo<br />

às suas fantasias, têm dado ao significado do salmista a idéia <strong>de</strong><br />

que o escárnio <strong>de</strong> tais pessoas era-lhes como um pão, porque sentiam-<br />

-se prazerosas em escarnecer e gracejar. A mim parece que <strong>de</strong>vemos<br />

restringir a significação própria da palavra, enquanto que, ao mesmo<br />

‏,מעוג tempo, ela seja entendida num duplo sentido. Alguns tomando<br />

maog, para bolo ou torta, são da opinião que Davi, neste ponto, censura<br />

as pessoas <strong>de</strong> paladar <strong>de</strong>licado que correm após comidas finas e<br />

apetitosas, muitas das quais nem sempre se encontram nos palácios<br />

dos príncipes. Outros, ao contrário, supõem que ele repreen<strong>de</strong> as pessoas<br />

<strong>de</strong> espírito servil e sórdido que, pela mais trivial consi<strong>de</strong>ração,<br />

empregam suas línguas em ultrajar outros, precisamente como em<br />

todas as épocas têm se encontrado pessoas que, por um bocado <strong>de</strong><br />

pão, como dizemos, expõem suas línguas à venda. Quando pon<strong>de</strong>radamente<br />

consi<strong>de</strong>ro outras passagens nas quais Davi <strong>de</strong>screve a natureza<br />

e o caráter <strong>de</strong> seus inimigos, disponho-me a crer que aqueles que se<br />

<strong>de</strong>dicavam ao gracejo e escárnio nas festas, e que, ao estacionar-se<br />

diante <strong>de</strong> suas taças, discutiam sobre como expor Davi à morte, são<br />

aqui referidos. Ele, pois, se queixa <strong>de</strong> que mesmo em meio aos seus

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!