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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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288 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong> falar aqui empregado pelos fiéis. A fim <strong>de</strong> mostrar que ainda continuavam<br />

firmes no puro culto divino, afirmam que não ergueram seus<br />

corações ou suas mãos a qualquer outro, senão unicamente ao Deus<br />

<strong>de</strong> Israel. Não lhes seria suficiente ter nutrido alguma noção confusa<br />

da Deida<strong>de</strong>; era necessário que recebessem, em sua pureza, a genuína<br />

religião. Mesmo os que murmuram contra Deus po<strong>de</strong>m ser constrangidos<br />

a reconhecer alguma divinda<strong>de</strong>; mas elaboram para si um <strong>de</strong>us<br />

segundo seu próprio talante. E este é um artifício do diabo, que, uma<br />

vez que não po<strong>de</strong> erradicar imediatamente <strong>de</strong> nossos corações todo<br />

senso <strong>de</strong> religião, se esforça por <strong>de</strong>struir nossa fé, sugerindo à nossa<br />

mente estes inventos – que <strong>de</strong>vemos sair em busca <strong>de</strong> outro Deus; ou<br />

que o Deus a quem até aqui servimos <strong>de</strong>ve ser apaziguado <strong>de</strong> outra<br />

maneira; ou que a certeza <strong>de</strong> seu favor <strong>de</strong>va ser buscado em outra<br />

parte além da lei e do evangelho. Visto, pois, ser muito mais difícil para<br />

os homens, em meio aos ventos e ondas da adversida<strong>de</strong>, continuarem<br />

firmes e tranqüilos na verda<strong>de</strong>ira fé, <strong>de</strong>vemos cuidadosamente observar<br />

o protesto que os santos Pais aqui fazem, a saber, que mesmo<br />

quando eram reduzidos ao mais humilhante extremo <strong>de</strong> angústias e<br />

calamida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todo gênero, não obstante jamais <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> confiar<br />

no verda<strong>de</strong>iro Deus.<br />

Isto expressam ainda mais claramente na cláusula seguinte, na qual<br />

dizem: Não esten<strong>de</strong>mos nossas mãos 21 a um <strong>de</strong>us estranho. Ao usar estas<br />

palavras, eles notificam que, conten<strong>de</strong>ndo somente com Deus, não<br />

corriam o risco <strong>de</strong> ver sua esperança dispersa em diferentes direções<br />

nem olhar ao redor em busca <strong>de</strong> outros meios <strong>de</strong> assistência. Daqui<br />

apren<strong>de</strong>mos que aqueles cujos corações se <strong>de</strong>ixam assim dividir-se em<br />

distrair-se por várias expectativas se esquecem do verda<strong>de</strong>iro Deus, a<br />

quem fracassamos em oferecer a honra que lhe é <strong>de</strong>vida, caso não repousemos<br />

confiantemente nele só. E com toda certeza, no genuíno e<br />

legítimo culto pertencente a Deus, a fé e a súplica que proce<strong>de</strong> <strong>de</strong>la<br />

mantêm o primeiro lugar; pois somos culpados <strong>de</strong> privá-lo <strong>de</strong> da parte<br />

21 Isto é, na atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> adorá-lo.

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