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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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116 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

rem. Mas quando acrescenta: até que se <strong>de</strong>scubra que sua iniqüida<strong>de</strong><br />

é odiosa, com estes termos se <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r uma referência à sua<br />

obstinação <strong>de</strong>terminada; pois o significado é que, embora falsamente<br />

se adulem, avançam tanto em mau itinerário que sua iniqüida<strong>de</strong> se<br />

torna odiosa a todos os homens. Alguns traduzem as palavras assim:<br />

<strong>de</strong> modo que eles mesmos <strong>de</strong>scobrem que sua própria iniqüida<strong>de</strong> é por<br />

<strong>de</strong>mais odiosa. E as enten<strong>de</strong>m como que significando que os perversos<br />

persistem em precipitar-se <strong>de</strong> ponta cabeça no pecado sem qualquer<br />

restrição, até que, fartos ou saturados com o regalo <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>sejos<br />

<strong>de</strong>pravados, começam a sentir aversão por eles. Pois até mesmo os<br />

mais <strong>de</strong>pravados ficam às vezes insatisfeitos consigo mesmos em virtu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sua conduta pecaminosa. A primeira interpretação, contudo,<br />

é a mais natural, ou seja, que os perversos, ainda que sejam odiosos<br />

a todos os homens em razão <strong>de</strong> sua iniqüida<strong>de</strong>, a qual, uma vez <strong>de</strong>scoberta<br />

e manifesta <strong>de</strong>sperta um sentimento geral <strong>de</strong> repulsa, não<br />

são afetados por alguma repulsa por si mesmos, mas, ao contrário,<br />

antes se aplau<strong>de</strong>m, enquanto as pessoas os <strong>de</strong>sprezam e abominam a<br />

perversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas vidas. O profeta, pois, os con<strong>de</strong>na por sua dissimulação<br />

nisto: enquanto todos os <strong>de</strong>mais se sentem ofendidos em<br />

sua <strong>de</strong>sditosa conduta, eles mesmos não são <strong>de</strong> forma alguma afetados<br />

por ela. Quanto esteja em seu po<strong>de</strong>r, abolem toda distinção entre<br />

bem e mal, e põem sua consciência num estado <strong>de</strong> insensibilida<strong>de</strong>,<br />

para que ela não os torture e os conduza ao arrependimento. Certamente<br />

que o entorpecimento aqui <strong>de</strong>scrito <strong>de</strong>ve ser o tema <strong>de</strong> nossa<br />

séria consi<strong>de</strong>ração, entorpecimento este que se manifesta nisto: que<br />

os homens que se entregam a uma mente réproba, embora se tornem<br />

odiosos aos olhos <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>mais homens, são, não obstante, <strong>de</strong>stituídos<br />

<strong>de</strong> todo senso <strong>de</strong> seus próprios pecados.<br />

para odiar (ela). “Não posso imaginar”, diz Walford, “o prefixo ל sendo traduzido <strong>de</strong> forma<br />

correta por até que.” Sua tradução é:<br />

“Pois se lisonjeia à sua própria vista<br />

De que sua iniqüida<strong>de</strong> não se <strong>de</strong>scobrirá ser odiosa.”<br />

Isto é, não será vista por outros como algo odioso como <strong>de</strong> fato é. As palavras originais facilmente<br />

apoiarão este sentido, tanto quanto o que foi dado por Montanus e Horsley.

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