31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

226 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

duzimos por iniqüida<strong>de</strong>, significa também o castigo da iniqüida<strong>de</strong> (como<br />

vimos alhures mais <strong>de</strong> uma vez); no entanto, é preciso que levemos em<br />

conta a <strong>de</strong>rivação da palavra. 17 Por conseguinte, visto que Davi <strong>de</strong>nomina<br />

as aflições que suportava <strong>de</strong> o fruto ou efeito <strong>de</strong> suas transgressões,<br />

há implícito nisto uma humil<strong>de</strong> confissão, à luz da qual po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir<br />

com que reverência e mansidão ele se submetia aos juízos divinos,<br />

visto que, quando esmagado pelo acúmulo <strong>de</strong> misérias, ele expõe seus<br />

pecados em toda sua magnitu<strong>de</strong> e agravante, para que Deus não lhe<br />

fosse suspeito <strong>de</strong> in<strong>de</strong>vida severida<strong>de</strong>. Ao vermos Davi sendo tratado<br />

com tamanha severida<strong>de</strong>, aprendamos também, ao sermos oprimidos<br />

com aflições extremas, e estivermos gemendo <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong>las, a humil<strong>de</strong>mente<br />

implorar a graça e a misericórdia <strong>de</strong> nosso Juiz. Tampouco é seu<br />

propósito mostrar que ele fora estúpido e empe<strong>de</strong>rnido, ao dizer: meu<br />

coração <strong>de</strong>sfaleceu ou me abandonou. Sua linguagem significa que não<br />

apenas estava quebrantado, mas que jazia como se estivesse morto. No<br />

entanto é preciso enten<strong>de</strong>r este <strong>de</strong>smaio ou <strong>de</strong>svanecimento do coração<br />

como uma referência às comoções da carne. Pois sua perseverança em<br />

oração é uma prova infalível <strong>de</strong> que sua fé nunca fora totalmente extinta.<br />

Visto, porém, que ficara, no que toca a uma pessoa, <strong>de</strong>stituído <strong>de</strong> conselho<br />

e totalmente sem força, não sem razão que ele diga que seu coração<br />

<strong>de</strong>sfalecera nele.<br />

13. Digna-te, ó Jehovah, em livrar-me. O verbo <strong>de</strong> que Davi faz<br />

uso aqui significa <strong>de</strong>sejar uma coisa <strong>de</strong> pura bonda<strong>de</strong> e boa vonta<strong>de</strong>. 18<br />

Ele <strong>de</strong>seja, pois, ser libertado pela graciosa mercê divina. Quanto ao<br />

seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> que Deus se apressasse, já falamos <strong>de</strong>le em outra parte.<br />

Mesmo quando Deus se <strong>de</strong>longa em socorrer-nos, é nosso <strong>de</strong>ver lutar<br />

contra o senso <strong>de</strong> aborrecimento; mas tal é sua bonda<strong>de</strong> que ele<br />

nos permite usar esta forma <strong>de</strong> oração, a saber: que ele se apresse<br />

segundo nossos anseios. Então, segundo sua prática usual, intiman-<br />

17 A palavra ‏,עוז avon, é <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> ‏,עוה avah, ele ficou curvo, oblíquo; e daí o substantivo significar<br />

iniqüida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pravação, perversão. Mas é também traduzido pelo castigo <strong>de</strong>vido à iniqüida<strong>de</strong>.<br />

ratsah, ele quis bem, ficou satisfeito, aceitou, inclusive ‏,רצה retse, estar contente. De ‏,רצה“‏ 18<br />

algum mérito como base para tal aceitação.” – Bythner’s Lyra.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!