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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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424 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

um favor que sua conduta tornara <strong>de</strong> difícil alcance. A pessoa que ora<br />

por perdão <strong>de</strong> uma forma meramente formal, prova ser ignorante do<br />

que realmente o pecado merece. “Bem-aventurado é o homem que<br />

continuamente teme”, diz Salomão [Pv 28.14].<br />

Aqui, porém, po<strong>de</strong>-se perguntar por que Davi precisava orar tão<br />

ar<strong>de</strong>ntemente pela alegria da remissão, quanto já havia recebido a garantia<br />

dos lábios <strong>de</strong> Natã <strong>de</strong> que seu pecado fora perdoado [2Sm 12.13].<br />

Por que não abraçou sua absolvição, se não era culpado <strong>de</strong> <strong>de</strong>sonrar a<br />

Deus não crendo na palavra <strong>de</strong> seu profeta? Não po<strong>de</strong>mos esperar que<br />

Deus nos envie um anjo a fim <strong>de</strong> anunciar o perdão que solicitamos.<br />

Não foi dito por Cristo que tudo o que seus discípulos remitissem na<br />

terra seria remitido no céu? [Jo 20.23]. E não <strong>de</strong>clara o apóstolo que os<br />

ministros do evangelho são embaixadores para reconciliar os homens<br />

com Deus? [2Co 5.20]. Disto po<strong>de</strong> parecer haver <strong>de</strong>scrença em Davi,<br />

ou seja, não obstante o anúncio <strong>de</strong> Natã, ele evi<strong>de</strong>ncia um resquício <strong>de</strong><br />

perplexida<strong>de</strong> ou incerteza referente ao seu perdão.<br />

Há uma dupla explicação que po<strong>de</strong> ser apresentada quanto a<br />

esta dificulda<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong>mos afirmar que Natã não o fez imediatamente<br />

cônscio do fato <strong>de</strong> que Deus disposto a reconciliar-se com ele.<br />

Na Escritura é bem notório que as coisas nem sempre são <strong>de</strong>claradas<br />

<strong>de</strong> acordo com a estrita or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> tempo no qual ocorreram.<br />

É totalmente concebível que, havendo se lançado neste estado <strong>de</strong><br />

estresse, Deus o po<strong>de</strong>ria ter mantido nele por um consi<strong>de</strong>rável intervalo<br />

para que se humilhasse <strong>de</strong> forma mais profunda; e que Davi<br />

expressa nestes versículos a terrível angústia que suportava quando<br />

confrontado com seu crime e não havia sido ainda informado<br />

da divina <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> perdoá-lo. Não obstante, lançando mão<br />

<strong>de</strong> outro pressuposto, <strong>de</strong> forma alguma se segue que uma pessoa<br />

não possa assegurar-se do favor divino e contudo <strong>de</strong>monstre gran<strong>de</strong><br />

fervor e ousadia em orar por perdão. Davi po<strong>de</strong>ria ter-se sentido<br />

muito aliviado pelo anúncio do profeta, e no entanto ser visitado<br />

ocasionalmente por novas convicções, influenciando-o a recorrer<br />

ao trono da graça. Por mais ricas e liberais sejam as ofertas <strong>de</strong>

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