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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 35 • 93<br />

que a razão por que os ímpios são perturbados, ainda quando ninguém<br />

os persiga, é que Deus os esmaga com um espírito <strong>de</strong> espanto<br />

e pasmo, e os <strong>de</strong>ixa aturdidos com temores tais que se põem a tremer<br />

e se vêem apavorados.<br />

O mesmo ele expressa mais claramente no versículo seguinte,<br />

orando para o anjo do Senhor os conduza por entre trevas e os ponha<br />

em lugares escorregadios, <strong>de</strong> modo que seu juízo e discernimento<br />

sejam frustrados e não saibam que direção tomar, nem saibam o que<br />

fazer, nem mesmo tenham tempo <strong>de</strong> tomar fôlego. Nem é preciso<br />

que nos surpreendamos que esta obra seja <strong>de</strong>stinada aos anjos, por<br />

cuja instrumentalida<strong>de</strong> Deus executa seus juízos. Ao mesmo tempo,<br />

esta passagem po<strong>de</strong> ser explicada se referindo tanto aos <strong>de</strong>mônios<br />

quanto aos santos anjos, os quais estão sempre prontos a executar<br />

as os mandatos divinos. Sabemos que ao diabo é permitido exercer<br />

seu domínio sobre os réprobos; e por isso com freqüência é dito<br />

que “um espírito maligno, da parte <strong>de</strong> Deus, apossou-se <strong>de</strong> Saul”<br />

[1Sm 18.10]. Visto, porém, que os <strong>de</strong>mônios nunca executam a vonta<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus, a menos que sejam compelidos a fazê-la quando Deus<br />

quer servir-se <strong>de</strong>les, as Sagradas Escrituras <strong>de</strong>claram que os anjos<br />

santos e eleitos são num sentido muitíssimo proeminente os servos<br />

<strong>de</strong> Deus. Deus, pois, executa sus juízos pela instrumentalida<strong>de</strong> dos<br />

anjos maus e réprobos; mas dá aos anjos eleitos a preeminência<br />

sobre eles. Por essa conta, só os anjos bons são corretamente <strong>de</strong>nominados<br />

<strong>de</strong> “principados”, como em Efésios 3.10; Colossenses 1.16<br />

e outras passagens similares. Se alguém objetar, dizendo que não<br />

próprio que os anjos, que são os ministros da graça e da salvação e<br />

os <strong>de</strong>signados guardiães dos fiéis, sejam empregados na execução<br />

dos juízos sobre os réprobos, a explicação é simplesmente esta: ele<br />

não po<strong>de</strong>m velar pela preservação dos santos sem se preparar para<br />

a luta – não po<strong>de</strong>m socorrê-los com sua intervenção sem também<br />

opor-se também a seus inimigos e <strong>de</strong>clarar-se contra eles. O estilo<br />

da imprecação que o salmista aqui emprega só po<strong>de</strong> ser explicado<br />

tendo-se em mente o que eu já disse alhures, isto é, que Davi

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