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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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652 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

lhe imprime numa parte anterior do Salmo – o Deus <strong>de</strong> Israel. Não foi<br />

em vão que Deus houvera erigido seu santuário ou prometera sua presença<br />

em conexão com ele; e seu po<strong>de</strong>r é aqui representado a emanar<br />

do templo, para <strong>de</strong>notar que a única garantia <strong>de</strong> seu favor era que o<br />

mesmo se alicerçava em seu gracioso pacto e promessas. Há quem<br />

leia: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> teu templo em Jerusalém – interpretação essa insípida, e a<br />

qual não expressa a intenção do salmista. Sua oração visava a que o<br />

po<strong>de</strong>r divino fosse or<strong>de</strong>nado do santuário sobre o povo eleito, aqui<br />

<strong>de</strong>notado pelo uso <strong>de</strong> uma figura comum <strong>de</strong> linguagem por Jerusalém.<br />

Po<strong>de</strong>-se perguntar como po<strong>de</strong>ria ele falar do templo, quando o mesmo<br />

ainda não havia sido edificado. A palavra templo ou palácio po<strong>de</strong> haver<br />

sido usada para expressar o tabernáculo. Isso, pelo menos, creio ser<br />

mais provável do que dizer que ele fala do templo por antecipação,<br />

como alguns pressupõem; e não po<strong>de</strong> haver dúvida <strong>de</strong> que a arca já<br />

havia sido estabelecida em Sião. Havendo já atribuído a Deus toda a<br />

honra das recentes vitórias, ele proce<strong>de</strong> a vindicar sua pretensão <strong>de</strong><br />

cumular os frutos <strong>de</strong>las, asseverando que os reis que foram subjugados<br />

reconheceriam que Deus havia sido seu vencedor, bem como<br />

tornar-se tributários <strong>de</strong> Davi e <strong>de</strong> seus sucessores – circunstância essa<br />

que poria o povo <strong>de</strong> Deus sob a obrigação adicional <strong>de</strong> presentear-lhe<br />

com suas espontâneas oferendas <strong>de</strong> louvor.<br />

30. Destrói a companhia dos lanceiros. Há quem leia repreen<strong>de</strong>;<br />

eu, porém, aprovo a distinção que já se notou por aqueles<br />

que são mais hábeis no manuseio do idioma hebreu, os quais dizem<br />

que, embora o verbo run, gear, tenha este significado quando<br />

a letra b, beth, é interposta, sem ela ele significa <strong>de</strong>struir. A palavra<br />

tyj, chayath, a qual traduzi por companhia, tem sido traduzida por<br />

besta [animal selvagem], 51 mas tal sentido não é possível aplicar-<br />

51 Em vez <strong>de</strong> a companhia dos lanceiros, a maioria dos críticos mo<strong>de</strong>rnos consi<strong>de</strong>ra a besta selvagem<br />

dos canaviais como sendo a tradução mais correta; e isso é subentendido por muitos como<br />

que representando o povo e o governo egípcios sob o emblema do hipopótamo, o behemoth da<br />

Escritura. Esse animal – sendo um quadrúpe<strong>de</strong> <strong>de</strong> enorme proporção, <strong>de</strong> força prodigiosa, feroz<br />

e cruel em sua disposição e cuja pele é tão impenetrável que nenhuma flecha é capaz <strong>de</strong> perfurar<br />

– se refugia e repousa entre os altos juncos que se espraiam em abundância pelos barrancos do

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