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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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400 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

se é lícito oferecer sacrifícios aos mortos, imediatamente respon<strong>de</strong>rão<br />

na negativa. Admitem até hoje que nenhum sacrifício se po<strong>de</strong> licitamente<br />

oferecer a Pedro e a Paulo, pois o senso comum da humanida<strong>de</strong><br />

admitiria a profanida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal ato. E ao vermos aqui Deus preferindo a<br />

invocação <strong>de</strong> seu nome a todos os sacrifícios, não é clara <strong>de</strong>monstração<br />

<strong>de</strong> que os que invocam os mortos são culpados da mais grosseira<br />

impieda<strong>de</strong>? Disto se segue que os papistas, se saciem quanto possam<br />

em suas genuflexões diante <strong>de</strong> Deus, o fato é que o roubam da principal<br />

parte <strong>de</strong> sua glória quando dirigem suas súplicas aos santos. 14 A<br />

menção expressa que se faz nestes versículos <strong>de</strong> aflição é oportuna<br />

para confortar o crente débil e temeroso. Quando Deus retrai as marcas<br />

externas <strong>de</strong> seu favor, a dúvida é capaz <strong>de</strong> roubar nossas mentes<br />

se Deus realmente cuida <strong>de</strong> nossa salvação. Que isto fique bem fundamentado:<br />

Deus nos envia a adversida<strong>de</strong> justamente para nos estimular<br />

a buscá-lo e invocar seu nome. Tampouco <strong>de</strong>vemos ignorar o fato <strong>de</strong><br />

que nossas orações só são aceitáveis quando as oferecemos em submissão<br />

aos mandamentos <strong>de</strong> Deus e somos por elas animados a uma<br />

consi<strong>de</strong>ração da promessa que ele tem formulado. O argumento que<br />

os papistas têm extraído <strong>de</strong>sta passagem, em apoio <strong>de</strong> seus múltiplos<br />

votos, é supérfluo e infundado. O salmista, como já sugerimos, ao juntar<br />

o pagamento <strong>de</strong> seus votos, se refere só à solene ação <strong>de</strong> graças,<br />

enquanto eles confiam em seus votos como salvação meritória. Além<br />

disso, fazem votos que não contam com o endosso divino, mas, ao<br />

contrário, são explicitamente con<strong>de</strong>nados pela Palavra <strong>de</strong> Deus.<br />

[vv. 16-20]<br />

Mas ao ímpio, diz Deus: Que fazes tu em recitar meus estatutos, ou que<br />

fazes em tomar meu concerto em teus lábios? Também o<strong>de</strong>ias a correção<br />

e lanças minha palavra para <strong>de</strong>trás <strong>de</strong> ti. Se vês um ladrão, consentes com<br />

ele, e tens tomado parte com os adúlteros. Abres tua boca para o mal e tua<br />

língua ur<strong>de</strong> engano. Assentas-te e falas contra teu irmão; calunias os filhos<br />

<strong>de</strong> tua própria mãe.<br />

14 O tema da invocação dos santos falecidos é discutido amplamente nas Institutas <strong>de</strong> Calvino,<br />

Livro III.xx.21-27.

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