31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 49 • 381<br />

çoe em seu coração”; ou seja, se gabe como se pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhar <strong>de</strong><br />

Deus impunemente. O escritor inspirado representa aqui a estupi<strong>de</strong>z<br />

<strong>de</strong> tais pessoas como a agradar-se a si próprias com um falaz sonho<br />

<strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>. Na última parte do versículo, muda-se a pessoa, e os<br />

a<strong>de</strong>ptos dos prazeres são interrompidos; 28 o profeta insinua, mediante<br />

as palavras que usa, que o orgulho contumaz com que os ímpios se inflamam<br />

é em parte a conseqüência do ilusória aplauso do mundo que<br />

os aclamam como sendo venturosos e faz ecoar seus louvores até que<br />

saciem suas mais injustificadas paixões.<br />

19. Ele chegará à ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus pais. Ele proce<strong>de</strong> mostrando<br />

quão falsas são as lisonjas pelas quais os ímpios se ilu<strong>de</strong>m e são por<br />

outros iludidos. Vivem intoxicados com os louvores do mundo ou com<br />

suas próprias vãs imaginações, no entanto não po<strong>de</strong>m viver além da<br />

ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus pais; e, conce<strong>de</strong>ndo que suas vidas se estendam ao termo<br />

mais distante, jamais alcançarão a eternida<strong>de</strong>. Outros enten<strong>de</strong>m a<br />

expressão como sinônima com no túmulo se juntarão a seus pais que<br />

já foram antes <strong>de</strong>les; visto que na Escritura a morte é usualmente chamada<br />

“o caminho <strong>de</strong> toda a terra”. O salmista, um pouco acima, falara<br />

<strong>de</strong> se reunirem eles na sepultura como ovelhas num aprisco. Segundo<br />

esse modo <strong>de</strong> ver, o significado da passagem consiste em que, jamais<br />

havendo aspirado o céu, senão que, precipitando-se nas mais vis perseguições<br />

<strong>de</strong>ste mundo, por fim se viram envolvidos no mesmo <strong>de</strong>stino<br />

<strong>de</strong> seus pais. Ao acrescentar: não virão a luz para sempre, temos <strong>de</strong><br />

enten<strong>de</strong>r que seu <strong>de</strong>stino são as trevas eternas. 29 Em minha opinião,<br />

ambas as cláusulas do versículo são combinadas para expressarem<br />

a mesma verda<strong>de</strong>, a saber: por mais que se bajulem e se enganem,<br />

28 “Há aqui uma mudança”, diz Walford, “da forma indireta <strong>de</strong> falar para a direta, pela qual o<br />

escritor se volta para o rico que prospera neste mundo, e lhe diz: Embora você agora se consi<strong>de</strong>ra<br />

feliz e se contenta com o aplauso <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> caráter semelhante ao seu, contudo você se<br />

encaminha à morada <strong>de</strong> seus pais, don<strong>de</strong> jamais verá a luz.”Ele lê o versículo 19 assim: “Tu irás à<br />

morada <strong>de</strong> teus pais, os quais nunca verão a luz.”<br />

29 Horsley traduz assim: “Não verão a luz por toda a eternida<strong>de</strong>”; diz ainda: “aquela luz que<br />

enfaticamente merece o nome – aquela luz da qual a luz criada é uma mera imagem bruxuleante;<br />

a luz da glória <strong>de</strong> Deus. Ele não tomará parte na visão beatífica.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!